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Para analistas, inflação no atacado perde força em julho

Veículo: Valor Economico 

Seção: Brasil 

Depois da disparada dos grãos observada em junho, os preços dos produtos agropecuários no atacado devem ter ficado praticamente estáveis neste mês, contribuindo para a perda de força da inflação no atacado no período. Segundo a estimativa média de 21 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Índice Geral de Preços­Mercado (IGP­M) cedeu de 1,69% para 0,26% em julho. As projeções para o indicador, a ser divulgado amanhã pela Fundação Getulio Vargas (FGV), vão de alta de 0,17% até 0,46%. De acordo com a média de previsões, a inflação acumulada em 12 meses pelo IGP­M também deve ter perdido fôlego, ao passar de 12,21% para 11,7%. 

A principal desaceleração ficou concentrada no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP­M, avalia Rafael Leão, economista­chefe da Parallaxis Economia, que projeta aumento de 0,24% do indicador em julho. Em junho, o IPA subiu 2,21%, alta que deve ceder para mais perto de 0,4% neste mês. A desaceleração dos preços agrícolas será ainda mais expressiva, na avaliação do economista. Em junho, a disparada da soja e do milho, diante de problemas climáticos enfrentados pelas duas culturas, levou o IPA­Agro a aumentar 5,89%, variação que agora deve ficar mais perto de 0,25%, estima Leão. 

Para ele, dois fatores explicam a rápida reversão de tendência dos preços ano atacado. Em primeiro lugar, a valorização do real, que tem oscilado perto de R$ 3,30, faz com que exportadores mantenham uma parte maior da produção no mercado doméstico, contribuindo para que os preços cedam. Os temores em relação às safras nos Estados Unidos, diz ele, também se dissiparam em parte, contribuindo para a desaceleração do IPA­Agro. Os produtos industriais também devem ter perdido força, segundo ele, ainda que em menor intensidade, com alta de 0,05% em julho, estima a Parallaxis, depois de um aumento de 0,75% no mês anterior. 

Para a Rosenberg Associados, a reversão dos preços dos grãos e do minério de ferro devem levar o IGP­M a subir 0,17% no mês, forte desaceleração em relação ao mês anterior. Com a taxa de inflação no atacado mais bem comportada, a expectativa é de moderação das altas de alimentos e bebidas no varejo, afirma. "Na coleta diária, temos uma série de produtos que estão perdendo força, como tubérculos, raízes e frutas. O mamão, por exemplo, está em baixa no atacado e já começa a cair no varejo, o que é um bom sinal, podemos ficar um pouco mais aliviados." 

Para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC­M), o economista projeta alta de cerca de 0,2% em julho, menos do que o avanço de 0,33% na leitura anterior. Segundo ele, os alimentos ainda vão pressionar o indicador, já que há defasagem até que a desaceleração no atacado chegue ao varejo, mas outros grupos, como habitação e vestuário, vão ajudar a reduzir a inflação ao consumidor. Com a acomodação do dissídio em São Paulo, afirma a Rosenberg, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC­M) também subiu menos, ao passar de 1,52% em junho para 1,09% em julho. 



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