Notícias
Juros futuros sobem após Copom, Bolsa tem pausa e dólar vai a R$ 3,27
Veículo: Valor Economico
Seção: Finanças
O mercado se ajusta à indicação do Banco Central (BC) de que o afrouxamento monetário demorará mais para acontecer e as taxas de juros sobem, especialmente as de vencimentos intermediários. Expectativas de inflação para o ano que vem ainda acima do centro da meta e incertezas fiscais entram nas contas dos analistas. O ajuste de alta das taxas é impulsionado ainda pelo IPCA15 de julho, que acelerou a 0,54%, acima da expectativa média de 0,46% colhida pelo Valor Data e do teto das estimativas (0,51%). Em junho, a inflação medida pelo índice foi de 0,40%. No mercado de ações, o tom é morno, com o Ibovespa operando de lado. Tratase do segundo dia de pausa, após um rali de dez dias. O dólar registra valorização, em linha com movimento global.
Juros
As taxas de juros sobem na BM&F nesta quintafeira, especialmente as de vencimentos intermediários. O mercado se ajusta à indicação do BC de que o afrouxamento monetário demorará mais para acontecer, devido às expectativas de inflação para o ano que vem ainda acima do centro da meta e a incertezas fiscais. O primeiro encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) liderado por Ilan Goldfajn manteve ontem a taxa básica de juros em 14,25% ao ano e, em um comunicado mais extenso que o habitual, detalhou o balanço de riscos discutido, concluindo que ainda não há espaço para flexibilização das condições monetárias.
Para o banco, o fato de as expectativas de inflação do mercado para 2017 ainda estarem acima de 4,5% sugere que o BC permanecerá “conservador” sobre a decisão de quando reduzir os juros, o que provavelmente implica adiamento do início do afrouxamento monetário para outubro. O ajuste de alta das taxas é impulsionado ainda pelo IPCA15 de julho, que acelerou a 0,54%, acima da expectativa média de 0,46% colhida pelo Valor Data e do teto das estimativas (0,51%). Em junho, a inflação medida pelo índice foi de 0,40%.
Às 13h36, o DI janeiro de 2018, que reflete apostas em torno dos movimentos da Selic de hoje até dezembro de 2017, ia a 12,790% ao ano, ante 12,620% no último ajuste. O DI janeiro de 2017 que concentra apostas para a Selic de hoje até dezembro de 2016 avançava a 13,940%, contra 13,845% no ajuste anterior.
Bolsa
O Ibovespa negocia entre pequenas oscilações. As ações de mineração e siderurgia se recuperavam após queda ontem. O índice da Bolsa paulista ganhava 0,14% às 13h39, somando 56.636 pontos. As maiores altas eram de Usiminas PNA (8,03%), CSN (5,17%), Vale ON (4,18%), Gerdau Metalúrgica PN (3,27%), Vale PNA (3,01%) e Gerdau PN (1,76%).
A Vale divulgou dados de produção que, a despeito de terem mostrado recuo, ainda têm ritmo forte. A produção de minério de ferro caiu 2,8% no primeiro trimestre e exclui a Samarco. A mineradora previu ainda que a produção deminério deve ficar no limite inferior previsto para o ano, em 340 milhões de toneladas. Apesar da queda na produção, a Vale continua a extrair um volume forte da commodity, em especial no Pará. Petrobras PN sobe 0,51%. A empresa aceitou recomprar US$ 3,042 bilhões em bônus.
Papéis que subiram muito trocam de mãos hoje e caem. Caso de JBS (2,02%), Smiles (2,31%) e BB ON (1,36%). Natura cedia 1,92%, com expectativa de resultados pouco animadores no balanço do segundo trimestre do ano
Fibria recuava 1,68%. O Bank of America (BofA) reduziu a recomendação das ações da empresa de compra para neutra por conta da valorização do real frente ao dólar e da queda dos preços da celulose.
Câmbio
O dólar sobe ante o real nesta quintafeira, mostrando mais força no Brasil do que no exterior. Com isso, o real tem um desempenho mais fraco que seus pares, quebrando um padrão recente em que a moeda brasileira vinha se destacando positivamente. A performance mais fraca do real ocorre a despeito de o Tesouro Nacional ter informado que pretende captar pelo menos US$ 1 bilhão por meio de oferta de bônus com vencimento em 2047. A medida pode abrir espaço para o setor privado também emitir dívida, o que aumenta chances de ingressos de recursos ao país.
Às 13h44, o dólar comercial subia 0,80%, a R$ 3,2751. O dólar para agosto tinha alta de 0,38%, para R$ 3,2815.
Compartilhe:
<< Voltar