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Otimismo com economia faz Bolsa atingir maior pontuação em 14 meses

Veículo: Folha de São Paulo 

Seção: Mercado 

O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda­feira (18) com a nona alta seguida, acima dos 56.000 pontos, renovando a pontuação máxima em 14 meses. Segundo analistas, o índice reflete a perspectiva otimista para a economia brasileira. Também refletindo o cenário doméstico positivo, o dólar fechou em baixa, apesar de mais uma atuação do Banco Central no câmbio e da queda do petróleo no mercado internacional. 

Os juros futuros tiveram poucas oscilações, com os investidores à espera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central que decidirá o patamar da taxa básica de juros (Selic). O encontro termina nesta quarta­feira (20). No exterior, os mercados globais iniciaram o pregão com certa cautela, absorvendo a tentativa de golpe frustrada na Turquia, mas o humor foi melhorando ao longo do dia. 

BOLSA

O Ibovespa fechou em alta de 1,63%, aos 56.484,22 pontos, maior pontuação desde 15 de maio de 2015 (57.248,63 pontos). O giro financeiro foi de R$ 9,8 bilhões. No ano, o índice já acumula valorização de 30,30%. O índice também foi influenciado pelo vencimento de opções sobre ações nesta segunda­feira, que movimentou R$ 2,59 bilhões. 

"As expectativas mais positivas para o cenário interno, aliadas ao cenário externo mais calmo ajudaram o Ibovespa a subir", afirma Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor. "Tem muita gente recompondo a carteira, comprando ações que não tinha antes, apostando na alta do índice", comenta um operador do mercado financeiro.

Pesquisa Datafolha mostra que as expectativas dos brasileiros sobre o futuro da economia do país e em relação à sua situação pessoal deram um salto nos últimos meses e atingiram o maior patamar desde dezembro de 2014. Conforme o levantamento, realizado nos dias 14 e 15 de julho, os brasileiros .

estão mais confiantes em relação à queda da inflação, à diminuição do risco de ficar desempregados e ao aumento do poder de compra. Segundo analistas, a perspectiva é de forte entrada de recursos no país após a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os investidores apostam no afastamento definitivo de Dilma. 

A leitura é de que, assim que deixar a interinidade, o presidente Michel Temer promoverá uma onda de privatizações e concessões, atraindo investimentos ao Brasil. As ações a Petrobras subiram 4,80%, a R$ 11,55 (PN), e 3,32%, a R$ 13,66 (ON), apesar do recuo do petróleo no mercado internacional. 

Os investidores repercutiram a entrevista do presidente da Petrobras, Pedro Parente, à Folha, na qual ele afirma que não haverá "dogmas" na venda de ativos da estatal e admitiu estudar o controle compartilhado com o setor privado de algumas subsidiárias, como a BR Distribuidora ou a Transpetro. Para a equipe de análise da Guide Investimentos, o compartilhamento do controle de alguns ativos poderá acelerar o processo de venda de ativos no curto prazo, o que tende a melhorar a estrutura financeira da estatal. "A maximização de valor, com o repasse de ativos para a iniciativa privada, tende a ser a principal forma da empresa se desalavancar", acrescenta. 

Os papéis PNA da Vale ganharam 2,47%, a R$ 14,08, e os ON subiram 1,38%, a R$ 17,58, apesar da queda no minério de ferro na China. Entre as siderúrgicas, Usiminas PNA subiu 7,66%; Gerdau Metalúrgica PN, +6,58%; Gerdau PN, +2,74%; e CSN ON, +2,24%. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN avançou 1,70%; Bradesco PN, +2,08%; Banco do Brasil ON, +3,63%; Santander unit, +1,82%; e BM&FBovespa ON, +1,34%.

CÂMBIO E JUROS

O dólar à vista fechou em baixa de 0,62%, a R$ 3,2510. O dólar comercial recuou 0,15%, a R$ 3,2500. O BC leiloou nesta manhã mais 10.000 contratos de swap cambial reverso, operação equivalente à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões. Desta forma, o estoque de swap cambial tradicional (que corresponde à venda futura da moeda) do BC caiu para US$ 57,135 bilhões. 

"A tendência do dólar é de baixa ante o real, mas nesta sessão não caiu tanto por causa da ação do BC e das expectativas em relação à reunião do Copom", comenta José Faria Júnior, diretor­técnico da Wagner Investimentos. "As estimativas são de manutenção da Selic em 14,25% no encontro desta semana, mas o mercado quer saber qual a sinalização do BC para as próximas reuniões", afirma Faria Júnior. "Se o BC indicar um corte mais rápido dos juros, o dólar cai menos, já que as altas taxas de juros no país são um atrativo para investidores estrangeiros", acrescenta.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para 2017 terminou em leve alta, passando de 13,875% para 13,880%; o contrato de DI para janeiro de 2021 caiu de 11,970% para 11,950%. O Boletim Focus, pesquisa realizada pelo BC junto a economistas e instituições financeiras, deixou inalterada em 7,26% a projeção para a inflação neste ano, mas melhorou a expectativa para 2017, que caiu de 5,40% para 5,30%. A perspectiva para a taxa de juros foi mantida em 13,25% neste ano e em 11% em 2017. 

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 1,24%, aos 290,880 pontos. É o menor nível desde 30 de julho de 2015 (287,139 pontos). 

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 subiu 0,24%; o Dow Jones, +0,09%; e o Nasdaq, +0,52%. Na Europa, a Bolsa de Londres ganhou 0,39%, impulsionada pela notícia de que o japonês SoftBank Group Corp acertou a compra da britânica ARM Holdings PLC por US$ 31 bilhões. As ações da ARM subiram 40,87%. A Bolsa de Paris caiu 0,34%; Frankfurt, ­0,04%. Madri, ­0,08%; e Milão, +0,08%.

As Bolsas chinesas fecharam em baixa, após dados mostrando que a alta dos preços de moradias desacelerou em junho. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,44%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,34%. No restante do continente, os índices subiram. No Japão, a Bolsa de Tóquio não abriu por causa de um feriado. 



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