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Lula diz que "para não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo"

Veículo: Valor Economico 

Seção: Política 

O ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, em entrevista à Rádio Jornal, em Petrolina (PE), que "para não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo". Segundo Lula, o que pode motivá­lo a ser candidato é "se quando chegar o momento certo eu ver que estão destruindo as políticas sociais que nos fizemos". Lula disse que, a priori, não seria candidato outra vez, porque gostaria de viver a vida tranquila ao lado da mulher, destacando que foi o presidente mais bem avaliado da história do país e já tem 70 anos, quando a média de vida do brasileiro é 76 anos. "Mas a verdade é que quem entra na política é uma desgraça. É que nem uma boa cachaça: tomou a primeira não quer parar mais", afirmou. Em maratona pelo Nordeste essa semana, Lula afirmou que vai se meter em eleições municipais Brasil afora. 

Questionado sobre o governo de Michel Temer, Lula disse que não iria julgar um governo interino e que deu um golpe na decisão do Senado. "Se o Temer é interino não poderia fazer o que fez. Mandou até o cafezinho embora, trocando Banco Central, ministro da Fazenda". Segundo o petista, a presidente afastada Dilma Rousseff está dependendo de seis votos para escapar do impeachment no Senado. "Hoje derrotar o impeachment é mais fácil do que antes". Durante a entrevista, ex­presidente apontou erros do governo Dilma, como o exagero nas desonerações e isenções fiscais e o fato da presidente ter dito que não mexeria em direitos do trabalhador durante a campanha presidencial e, depois de eleita, ter apresentado um processo de reforma que era exatamente aquilo que o trabalhador não queria. "Isso frustrou muito a sociedade e hoje ela [Dilma] tem consciência". 

Lula comparou o Brasil de hoje a uma "enorme roda gigante parada". Ele disse que aprendeu na vida que "quanto mais se fizer o óbvio, mais acerto tem". Segundo Lula, não há mágica em economia, que é uma questão de confiança. "As pessoas tem que dormir sabendo que não vão ser pegas de surpresa, tem que investir sabendo que vai ter um retorno. O governo tem que pegar os recursos públicos naquilo que ele entende que vai gerar novos ativos produtivos". O ex­presidente disse que o Brasil necessita de uma constituinte exclusiva para uma reforma política, pois hoje, com mais de 32 partidos, fica muito difícil construir um governo de coalizão. Sem essa reforma, o Brasil pode virar uma sociedade menos politizada e mais conservadora, na opinião do expresidente. "O medo faz a sociedade virar mais conservadora. O que precisamos é de bom senso, fomentando política de ascensão social. Colocar o pobre dentro do orçamento é possível", disse. 

"piamente" que conseguirá os seis votos para derrotar o impeachment no Senado e criticou Temer por ter "usurpado" a Presidência. Ao ser questionada se tem divergência ideológica com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Dilma disse respeitá­lo e o classificou como "profissional competente". A presidente afastada disse que "a inflação continuará caindo porque as condições foram sendo construídas" e que "tenderá para a meta" nos próximos meses



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