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Cacos espalhados

Veículo: Jornal de Santa Catarina 

Seção: Coluna do Pedro Machado 

No início dos anos 1990 a entrada frenética no país de itens asiáticos abriu uma ferida profunda no mercado de cristais de Blumenau. Como competir com um produto praticamente igual, mas muito mais barato? Drama semelhante viveram as empresas têxteis naquela época. Muitas quebraram com a vinda de peças confeccionadas na Ásia e o setor chegou a ficar à beira do colapso.

Cristais e artigos têxteis tinham muito em comum. Eram os produtos mais visados pelos consumidores que vinham de fora do município. Mas responderam de maneira diferente ao novo cenário que chegara.

A indústria têxtil se reinventou. É verdade que várias ficaram pelo caminho, mas outras repensaram a estratégia de negócio e conseguiram se manter de pé, com fôlego. O caso da Hering é um dos mais emblemáticos. A companhia reformulou seu modelo de produção – muita coisa passou a ser terceirizada. Deixou de ser uma mera fabricante de camisetas brancas e passou a agregar valor aos seus produtos. A cereja do bolo foi a aposta no setor varejista, com a abertura de centenas de lojas pelo país. O modelo inspirou várias outras empresas do ramo a fazerem o mesmo.

E o setor de cristais? Tudo bem que em volume de empresas e trabalhadores a atividade nunca fez frente à indústria têxtil e não existe uma causa isolada para a drástica redução da produção, mas as tentativas de reação foram mais tardias. Restaram, no Vale, apenas quatro companhias que manuseiam o produto de maneira 100% artesanal, cada uma delas tentando sobreviver à sua maneira. Que tenham competência para recolher os cacos e não repetir os erros do passado.



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