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Relatório de Inflação na mira do mercado

Veículo: Valor Economico 

Seção: Valor Investe 

O Relatório Trimestral de Inflação de junho será publicado em minutos no site do Banco Central do Brasil na internet. Às 11h, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, concederá entrevista coletiva. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estará presente e responderá perguntas dos jornalistas. Esta é a primeira apresentação de Ilan em sua própria ‘Casa’. O RTI do segundo trimestre é o primeiro documento que o economista e também ex­diretor do BC assinará como presidente da instituição. O RTI que sai hoje é esperado como um dos mais importantes dos últimos anos e pelo menos dois motivos conspiram para a expectativa: o fato de Ilan chegar ao comando do BC em um momento particular, indicado pelo presidente da República interino Michel Temer; e a possibilidade de que ele se manifeste a respeito da ‘meta ajustada’ de inflação que entrou em discussão no mercado financeiro sem o patrocínio de qualquer autoridade monetária em exercício. 

É possível, que esclarecimentos sobre a ‘meta ajustada’ venham mencionados no próprio relatório, como parte dele. Caso isso não aconteça, o presidente do BC estará disponível para colocar o pingo nos ‘is’. O que pode dificultar a comunicação do Banco Central na apresentação do RTI nesta manhã é o fato de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter sua reunião ordinária marcada para a quinta­feira, dia 30. As reuniões do CMN realizadas a cada mês de junho deve cumprir uma determinação legal e definir a meta de inflação para dois anos à frente. Portanto, na quinta, os integrantes do Conselho __ o ministro da Fazenda, o ministro do Planejamento e o presidente do BC __ devem anunciar a meta para 2018 e reafirmar (ou não) a meta fixada no ano passado para 2017. A equipe econômica anterior decidiu, em junho de 2015, que a meta de inflação será de 4,50% e com intervalo de tolerância reduzido de 2 pontos percentuais para 1,5 ponto para mais e para menos da meta. 

O Relatório de Inflação de junho de 2016 merece atenção não só no que se refere à sinalização de preços pelo BC, mas também quanto à atividade econômica. A equipe econômica capitaneada por Henrique Meirelles não poupará esforços para convencer parlamentares da necessidade de aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos e demonstrar especialmente aos investidores o seu compromisso com o controle dos gastos. Mas, ainda que não ocorra qualquer redução de gastos no curto prazo, a política fiscal não deverá ser um empecilho para a recuperação cíclica da economia já em curso, devido a melhora nas condições financeiras. 

Há quem mostre convicção, como um executivo que falou ontem com o Casa das Caldeiras na condição de anonimato, de que pior o país não vai ficar. “Seja quem for que sair ileso do outro lado do impeachment terá boas condições de governabilidade. Quando o processo for encerrado no Senado, o país vai andar bem melhor. O irônico deste momento é que Henrique Meirelles não está muito distante do que advogava Nelson Barbosa na mesma posição”, concluiu a fonte. 



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