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BC projeta inflação de 6,9% em 2016 e de 4,7% em 2017

Veículo: Valor Economico 

Seção: Brasil 

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2016 em 6,9%, recuar para 4,7% em 2017 e ficar em 4,2% no segundo trimestre de 2018. Essa é a trajetória da inflação prevista no cenário de referência do Banco Central (BC), que considera a taxa básica de juros em 14,25% ao ano e dólar a R$ 3,45 ao longo do período analisado. As projeções constam do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que tem data de corte em 17 de junho. Para 2017, a inflação projetada de 4,7% veio abaixo dos 4,9% previstos no relatório de março. A queda será gradual, com a inflação marcando 5,9% no primeiro trimestre do ano que vem, 5,2% no segundo e 5% no terceiro trimestre. Em março, essas previsões correspondiam a 5,6%, 5,2% e 5,2%, respectivamente. 

A probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2016 situa­se em torno de 69% e, em 2017, de 18%. A chegada da inflação à meta de 4,5% em 2017 já havia sido apontada na ata da última reunião do Copom, considerando Selic de 14,25% e dólar a R$ 3,6 ao longo do horizonte de projeção. 

Pela primeria vez, o BC apresenta projeção de aumento do IPCA para o segundo trimestre de 2018, de 4,2%. Para o primeiro trimestre de 2018, a estimativa saiu de avanço de 4,5% para 4,4%. Considerando o cenário de mercado, a previsão é de inflação de 7% no fim deste calendário, de 5,5% no encerramento de 2017, e de 5,5% no segundo trimestre de 2018. A probabilidade de a inflação exceder o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2016 situa­se em torno de 72% e, em 2017, de 35%.

Para o último trimestre de 2016, o cenário de mercado considera taxa de câmbio de R$ 3,58 e uma taxa de juro média de 13,44% ao ano. Para o fim de 2017, a taxa de câmbio considerada foi de R$ 3,80 e taxa de juro média de 11,25% ao ano. Para o encerramento de 2018, a taxa de câmbio utilizada foi de R$ 3,90, com juros de 10,5% ao ano. Em março, as projeções eram de um aumento de 6,9% para o IPCA no fim de 2016, recuando para 5,4% no término de 2017 e marcando 5% no primeiro trimestre de 2018. O BC considerou, na ocasião, que as projeções dos agentes econômicos indicavam uma taxa de câmbio média de R$ 4,2 no fim de 2016 e de R$ 4,3 no fim 2017 e 2018, com juro médio de 14,25% em 2016, de 12,5% um ano depois e de 11,5% em 2018. 

No Relatório de Inflação divulgado nesta terça­feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reiterou a mensagem central de política monetária, que é manter a inflação abaixo de 6,5% neste calendário e levar o IPCA à meta de 4,5% em 2017. O BC, agora comandado por Ilan Goldfajn, também reforçou que o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias. 

Para a autoridade monetária, há avanços no combate à inflação, mas a sua continuidade depende de ajustes, “principalmente fiscais”. Além disso, aponta que outros fatores interferem no combate à inflação, como a inércia derivada do processo de realinhamento de preços relativos, a confluência de fenômenos climáticos sobre a produção mundial de alimentos, mais especificamente de grãos, e seus efeitos sobre os preços domésticos, e as incertezas em relação ao comportamento da economia mundial. “Nesse contexto, o Comitê buscará circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo CMN em 2016 e adotará as medidas necessárias de forma a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017. Dessa forma, o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”, diz o BC. A autoridade monetária avalia que o ainda elevado patamar da inflação em 12 meses é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, citando ainda o processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual no início deste ano, além dos choques temporários de oferta no segmento de alimentação. “Ao tempo que reconhece que esses processos têm impactos diretos sobre a inflação, o Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode, deve e está contendo os efeitos de segunda ordem deles decorrentes”, diz o BC no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). 

 



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