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Upiara Boschi: Negociação da dívida aproxima governo de Temer e Colombo

Veículo: Jornal de Santa Catarina

Seção: Política 

No último encontro da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) com os governadores para discutir a dívida dos Estados, em março, ela confrontou o catarinense Raimundo Colombo (PSD), o ex-aliado leal, como nunca havia feito. A proposta do governo federal limitava-se a alongar a alongar a dívida por 20 anos e trocar o índice de correção, sem carência nas parcelas ou desconto no saldo devedor. Não havia margem para discutir.

— Esse o plano A. O plano B é eu cuidar do meu governo e vocês cuidarem dos de vocês — teria dito a petista.

Na época, Colombo já dera início ao questionamento judicial dos juros da dívida no Supremo Tribunal Federal (STF), dando força à Tese de Santa Catarina engendrada pela Secretaria da Fazenda e pela Procuradoria Geral do Estado. Mas, cauteloso como é, ainda priorizava uma solução negociada ao tudo ou nada que representaria a decisão do STF. Depois daquele encontro, o caminho judicial passou a ser o principal — especialmente após a liminar que autorizou o Estado a suspender os pagamentos, que acabou trazendo outros governadores para a causa.

Com pouco mais de um mês na presidência da República, o interino Michel Temer (PMDB) conseguiu o acordo e com ele a simpatia de boa parte dos governadores, Colombo entre eles. A diferença de postura em relação à Dilma foi evidente. Havia uma negociação efetiva. Outro ponto: Henrique Meirelles atuou como um ministro da Fazenda empoderado, ao contrário de Joaquim Levy e Nelson Barbosa. A ponto decidir adiar por duas horas o encontro de Temer com os governadores, enquanto discutia detalhes do acordo. Queria levar ao peemedebista um pacote pronto, sem fios soltos para resolver depois da foto oficial. O presidente interino esperou.

Com todas as dificuldades políticas que enfrenta pelas sucessivas quedas de ministros investigados na Lava-Jato e a própria citação na delação de Sérgio Machado, Michel Temer enfrenta um início complicado de governo, mas tem na equipe econômica um esteio. Talvez o único. Certo é que a forma como foi conduzida a renegociação das dívidas fez com que o peemedebista ganhasse respaldo entre governadores para deixar de ser interino e virar titular.

— Ninguém mais quer que ela volte — diz um outro ex-aliado em SC.

Vai sobrar pra mim

Durante a entrevista em que Colombo e sua equipe detalharam o acordo da renegociação, o vice Eduardo Pinho Moreira (PMDB) falou brevemente sobre o alívio que sente com a solução encontrada. Arrancou risos ao lembrar que deve assumir o Estado em melhores condições em 2018, quando Colombo deve renunciar para concorrer ao Senado.



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