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Humor com economia começa a melhorar

Veículo: Estadão 

Seção: Notícias 

Nas últimas semanas, consultorias e bancos reviram, para melhor, previsões para o País

Começa a perder força o mau humor do mercado mantido há dois anos, e pipocam com mais força sinais de otimismo diante das perspectivas de mudanças no cenário econômico. Nas últimas semanas, uma leva de bancos e consultorias alteraram, para melhor, suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e principalmente do próximo.

A maioria dos indicadores de confiança da indústria, comércio, consumidores e outros segmentos aponta para dias melhores, o que pode indicar que o Brasil já bateu no fundo do poço e a tendência agora é começar a sair dele.

A expectativa é de que, após a efetivação de Michel Temer e sua equipe econômica no governo, o País “comece a sair do buraco e parta para a retomada mais consistente”, avalia o economista Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

A consultoria MB revisou de 0,6% para 2% a projeção de crescimento do PIB de 2017. Para este ano, a queda antes prevista em 4,1% baixou para 3,3%. “O último trimestre já deve ter uma virada leve, mas levará o próximo ano a abrir com crescimento”, prevê o economista. Em 2018, diz, a fase de crescimento será mais sustentável, “dependendo de quem for eleito (como presidente)”.

Mendonça de Barros aponta como fatores importantes o crescimento do setor agropecuário, das exportações e a queda futura da inflação e dos juros. “Os bancos devem ficar mais flexíveis em prazos, o que dará certo estímulo aos consumidores de bens duráveis. Muita gente que postergou compras por causa da falta de confiança deve voltar ao mercado”.

Neste mês, o índice da Fecomércio-SP que mede a confiança do consumidor atingiu 98 pontos. Ainda é baixo, levando-se em conta que zero significa pessimismo total e 200 pontos otimismo total, mas é a primeira elevação em 40 meses na comparação anual.

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, a alteração no cenário político teve força grande na mudança de humor dos empresários e do mercado. Segundo ele, sabia-se que o novo governo voltaria a adotar o tripé macroeconômico (câmbio flutuante, responsabilidade com as contas públicas e sistema de metas de inflação). Com essa visão, o Fibra foi o primeiro a mudar a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1% para 2,1% – a melhor projeção até agora.

“A alteração foi feita alguns dias antes do impeachment de Dilma Rousseff, pois na época já começavam a aparecer mudanças nos diversos índices de confiança e o movimento continuou”, diz Oliveira. Ele ressalta, porém, que o crescimento deverá vir principalmente das exportações pois, para o mercado interno, a previsão é de alta de apenas 0,5%.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado na semana passada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), subiu pelo segundo mês seguido, para 45,7 pontos, o maior desde novembro de 2014. Ainda assim, segue abaixo de 50 pontos (limite para indicar confiança dos empresários). A média histórica é de 54,3 pontos.



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