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Cunha: Jaques Wagner prometeu apoio em troca de engavetar impeachment

Veículo: Valor Economico 

Seção: Política 

Afastado da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha (PMDB­RJ) disse que Jaques Wagner, ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, teria oferecido apoio do PT no processo no Conselho de Ética. A proposta era que, em troca, Cunha não deflagrasse o pedido de impeachment da atual presidente afastada. Segundo Cunha, o ex­ministro também teria prometido que a investigação sobre a mulher e a filha do pemedebista continuaria na Suprema Corte – e não iria pela Justiça de Curitiba, o que, em março, se concretizou. Além disso, Wagner teria dito que teria o “controle” do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR), que também é da Bahia, afirmou Cunha.

O primeiro encontro teria sido na casa do pemedebista logo depois da representação contra ele no Conselho de Ética. Já o último encontro teria ocorrido no Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente interino Michel Temer, que chamou Wagner, mas deixou Cunha e o petista sozinhos. O pemedebista declarou ser “fantasiosa essa história utilizada pelo PT” de que ele teria aceitado a denúncia contra Dilma como vingança, após o partido anunciar voto contra ele no processo que pode cassar seu mandato. 

Ele alegou ainda que a decisão de deflagrar o impeachment “já estava assinada e guardada no cofre”. Cunha relatou ainda que, horas antes de anunciar o ato, voltou a ser procurado por Wagner. “Por telefone. Deputados com ele no outro lado da linha. E deputados dizendo ‘o PT vai votar com você’. Ignorei esse fato e saí para o anúncio”, disse o pemedebista. 

Renan 

O pemedebista ainda contestou de maneira indireta uma suposta diferença das reações em relação a denúncias contra ele e contra o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB­AL). “Sempre houve diferença de tratamento político na situação dos presidentes das Casas”, disse Cunha. 

Ele declarou que, após “qualquer evento” que acontecia, sempre havia pedidos à Procuradoria­Geral da República (PGR) para que fosse afastado. Isso, afirmou o pemedebista, aconteceu quando foi pedida a abertura de inquérito na Suprema Corte, diante de depoimentos de delatores, apresentação de denúncia ao STF e pedido de instauração de outro inquérito. “Falavam A, B ou C, pediam a minha saída”, afirmou. E, então, sem citar nominalmente Renan, disse: “E, às vezes, os senadores dos mesmos partidos que defendiam isso não defendiam isso no Senado quando surgiam denúncias acerca ... Eu não estou aqui fazendo uma culpabilização de ninguém não. Apenas fazendo uma constatação política. Não estou fazendo crítica. Apenas constatando um fato”. 

 



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