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Conselho pode adiar votação de novo para evitar que Cunha seja absolvido

Veículo: Folha de São Paulo 

Seção: Poder 

Diante da avaliação de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem maioria para derrotar o parecer que pede a sua cassação, o Conselho de Ética da Câmara pode recorrer novamente nesta terça-feira (14) a uma manobra para adiar a votação do relatório final do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

A justificativa dessa vez seria a análise de um pedido de aditamento das acusações contra o presidente afastado da Câmara que o PSOL estuda apresentar.

A votação do relatório já havia sido adiada no último dia 7 sob o argumento de que era preciso haver prazo para análise do relatório paralelo dos aliados de Cunha, que define apenas uma suspensão de três meses do mandato.

Conforme antecipado pela coluna Painel, o Conselho recebeu na manhã desta terça relatório do Banco Central que aplica multa de R$ 1 milhão a Cunha e de R$ 132 mil à sua mulher, Cláudia Cruz, por não terem declarado às autoridades brasileiras a manutenção de recursos no exterior. Ainda cabe recurso.

Apesar de o relatório não poder entrar no atual processo, um dos autores da representação original contra Cunha, o PSOL, avalia usar esse e outros pontos, como a ação cível movida por procuradores da Lava Jato contra o peemedebista, no pedido de aditamento.

Caso esse pedido seja acatado por Marcos Rogério, que é o relator do caso, o desfecho será adiado em cerca de 20 dias, no mínimo, já que a instrução será reaberta e haverá novo prazo para defesa.

VITÓRIA

Aliados de Cunha contam com um placar de 11 a 9 no Conselho, já que têm dito estar certo o apoio da deputada Tia Eron (PRB-BA). Ela tem o voto decisivo. Se votar contra Cunha haverá um empate em 10 a 10 –o que levará a decisão para o voto de minerva do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), desafeto declarado de Cunha.

Eron tem dado sinais erráticos nos últimos dias e sofre pressão dos dois lados. Seu voto pró-Cunha teria sido fechado com participação de ministros de Michel Temer (PMDB), segundo adversários do peemedebista.

O processo contra Cunha é o mais longo da história, motivado principalmente por manobras do peemedebista e de seus aliados, que durante o transcorrer da investigação trabalharam intensamente para protelar os trabalhos.

A representação deu entrada na Câmara em 13 de outubro de 2015. 



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