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Oscilação cambial afeta exportação de calçado e produto têxtil
Veículo: Valor Economico
Seção: Empresas
A atual instabilidade do câmbio tem dificultado as negociações dos exportadores de calçados com clientes internacionais, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Na indústria têxtil, o dólar abaixo de R$ 3,60 também começa a afetar o desempenho de vendas ao exterior. "A oscilação cambial, diária e abrupta como vem ocorrendo, tem prejudicado a formação de preço nas negociações internacionais. Aliás, é um dos motivos, na nossa concepção, pelo qual ainda não tivemos o incremento esperado nas exportações de calçados", afirmou Heitor Klein, presidente da Abicalçados.
De janeiro a maio, as exportações de calçados somaram 48,63 milhões de pares, 1,7% acima do verificado um ano antes. Em receita, as exportações caíram 4,7%, para US$ 367,48 milhões. "Infelizmente, só poderemos colher os benefícios de um dólar valorizado quando a situação política e econômica brasileira encontrar um rumo. A expectativa é de que se encontre um equilíbrio", acrescentou Klein.
"O mercado internacional está mais competitivo, as indústrias ganham ou perdem mercado por centavos. E não é só o câmbio. O custo da energia e da matériaprima no Brasil também têm impacto negativo na competitividade", afirmou Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
O executivo observou que matériasprimas como corantes e produtos auxiliares são cotados em dólar, assim como o algodão, embora o setor use também produção nacional. Cervone acrescenta que a poliamida e o poliéster, matériasprimas bastante relevantes na produção têxtil, são feitas com derivados do petróleo e países concorrentes da Ásia têm ganhado mercado aproveitando a queda do preço do petróleo. "No Brasil, o preço da energia e do petróleo aumentaram, contrariando a tendência internacional. Os concorrentes estão melhores por conta dos custos produtivos e do dólar", disse Cervone.
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