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Ilan constrói comunicação a partir da semana que vem

Veículo: Valor Economico

Seção: Finanças 

Numa decisão plenamente antecipada, o Copom manteve o juro básico da economia em 14,25% ao ano e divulgou um comunicado sem novidades, cópia do anterior. Agora, é com o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. A reunião durou pouco mais de três horas, em parte, porque membros do comitê usaram alguns minutos para se despedir, incluindo o atual presidente, Alexandre Tombini. Embora fosse de se esperar que de alguma forma a figura de Ilan estivesse presente nas discussões sobre juros, já que ele presidirá a continuidade dos trabalhos, a troca na equipe não esteve nos cálculos da decisão do colegiado. 

Ilan terá pelo menos duas oportunidades para começar a construir a sua comunicação de política monetária. Apesar de não ter participado do encontro do Copom, ele em tese pode contribuir na elaboração da ata desse encontro, que será divulgada na semana que vem Outra oportunidade será o discurso de transmissão de cargo, num evento previsto para a semana que vem. Será a primeira vez que Ilan vai falar como presidente do BC, com muito mais liberdade para expressar sua visão.

Na terça­feira, no Senado, Ilan falou pouco sobre a conjuntura econômica e não deu nenhuma sinalização relevante ­ o que é natural, já que a sabatina ocorreu exatamente no dia de abertura da reunião do Copom e qualquer declaração sua poderia ser lida como uma interferência no trabalho de quem estaria deliberando no comitê. A principal questão em aberto é se Ilan vai assumir os requisitos estabelecidos pelo Copom atual para baixar os juros: inflação corrente mais baixa, projeções do BC indicando cumprimento da meta em 2017 e maior ancoramento das expectativas de inflação. 

Muitos no mercado financeiro acham que Ilan vai adotar uma meta ajustada de inflação, com uma convergência mais lenta do que a traçada pelo BC atual. Alguns dizem que, para usar a flexibilidade do sistema de metas, Ilan terá que, de alguma forma, ser mais duro ou entregar algo mais. Poderia ser adiar o cumprimento da meta, mas segurar a baixa de juros por mais tempo do que prevê o mercado, adotando uma política monetária mais dura. 

Ou mesmo sinalizar que busca de taxas de inflação mais baixas do que 4,5% de 2018 em diante. Na sabatina, Ilan frisou que a missão do BC é buscar uma inflação não apenas estável, mas também baixa. O percentual de 4,5% está longe de ser baixo para os padrões internacionais. 



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