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Novo secretário de Acompanhamento Econômico defende corte de custos

Veículo: Folha de São Paulo 

Seção: Mercado 

Em postagens publicadas em seu blog, o novo secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida Jr., afirmou que o governo do presidente interino, Michel Temer, precisa aprovar no Congresso medidas de ajuste fiscal para iniciar a recuperação da economia.

"A tarefa do governo é fazer o ajuste fiscal, retomar a agenda de reformas e iniciar a recuperação da economia. Essa é uma agenda necessariamente longa", destaca. Mesmo assim, diz que haverá desafios no caminho.

"Ao contrário do governo Lula de 2003, que assumiu com o compromisso de fazer um ajuste fiscal de 0,5 ponto do PIB —R$ 30 bilhões em valores de hoje—, o governo do presidente Temer começa com um desequilíbrio fiscal de quase R$ 600 bilhões (deficit nominal dos últimos 12 meses do setor público) e um buraco fiscal sem a conta de juros de R$ 140 bilhões (deficit primário dos últimos 12 meses até março pelo Banco Central)".

A solução para essa equação passa por reformas pouco populares, na avaliação dele. "Em uma democracia com 90% do orçamento consumido por despesas obrigatórias, 'ajuste fiscal' envolve necessariamente a aprovação de medidas no Congresso Nacional", afirma Mansueto de Almeida em postagem na segunda-feira (16).

Entre essas reformas, complementa, está a previdenciária. "E se a sociedade não quiser fazer ajuste fiscal algum com mudanças de regras como, por exemplo, as regras de acesso a previdência? Neste caso vocês sabem que não há mágica", complementa.

"Se o Brasil não controlar o crescimento do gasto publico isso significa que precisaremos de uma carga tributária crescente", ressalta no post. E caso a população não queira pagar mais impostos, o ajuste seria feito "de forma desorganizada pela inflação e com o aprofundamento da crise", ressalta o novo secretário de Acompanhamento Econômico.

"Mas que fique claro para todos que, se não estivermos como sociedade dispostos a revisar regras do crescimento da despesa publica, isso significa que a única forma de se fazer o ajuste e evitar o agravamento da crise fiscal será via aumento da carga tributária", diz.

A carga tributária, comenta em outra postagem, foi de 32,71% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, ante 33,40% do PIB, em 2011.

Mansueto de Almeida também falou sobre Previdência. "Precisamos debater a questão de forma séria e desapaixonada. Uma das piores coisas que pode acontecer a um país é 'demonizar' o debate, ou seja, as pessoas se recusarem a debater determinados temas", diz.

"Mas vamos debater a questão previdenciária porque o processo de envelhecimento da população brasileira será muito rápido e, hoje, o Brasil já gasta com previdência (inclusive LOAS/BPC) mais de 12% do seu PIB", conclui. 



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