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Juros futuros sobem nesta terça com anúncio da nova equipe econômica

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO - Os juros futuros fecharam em alta na BM&F após o anúncio da equipe econômica ter vindo em linha com o esperado pelo mercado. De forma geral, os investidores avaliam que a nova equipe econômica, comandada por Henrique Meirelles, na Fazenda, e Ilan Goldfajn, no Banco Central, tem capacidade técnica para implementar uma agenda de reformas fiscais que devem contribuir para a melhora das expectativas de inflação - apesar de dependerem do cenário político para serem aprovadas. “Será necessário ver como o presidente [interino] Michel Temer vai implementar essa agenda de reformas e vencer a resistência de algumas corporações”, avalia Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,60% para 13,645% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2021 avançou de 12,27 % para 12,41%. O entendimento do mercado é que, apesar do fraco crescimento econômico e queda das expectativas de inflação, a definição do tamanho do ciclo de afrouxamento monetário vai depender do avanço do ajuste fiscal. “Talvez, sem o ajuste fiscal por enquanto, a política monetária ainda tenha que ficar apertada por algum tempo”, diz Zeina. Meirelles confirmou expectativas e anunciou a indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central.

O também ex-diretor do BC Carlos Hamilton será o secretário de Política Econômica da Fazenda, enquanto o economista Mansueto Almeida vai focar suas atividades na Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), especialmente na análise de qualidade e eficiência das despesas públicas. A economista da XP afirma que a nomeação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central deve contribuir para melhorar a credibilidade da política monetária e que ele deve aguardar os desdobramentos da política fiscal para definir uma estratégia para o ciclo de corte de juros. “Não acredito que a nomeação dele significa uma antecipação de corte de juros. Uma coisa é o analista traçando cenários em uma instituição, outra coisa é o presidente do BC”, comenta Zeina sobre a leitura de alguns agentes de mercado de que a nomeação de Ilan pode significar um corte da Selic a partir de julho, como ele chegou a prever quando era economista-chefe no Itaú Unibanco.

Sobre o fato de até o momento nenhuma medida concreta ter sido anunciada para resolver o problema das contas públicas, o gestor da Ativa Wealth Management Arnaldo Curvello acredita que o mercado ainda dá tempo à equipe econômica para desenhar as ações mais corretas. Portanto, os ativos não tendem a passar por um forte ajuste de baixa no curtíssimo prazo. “Óbvio que isso não pode durar eternamente. Mas neste momento é pior enviar uma medida apressada ao Congresso e ela não ser aprovada. A sinalização seria terrível.” (Silvia Rosa | Valor)



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