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Bolsa sobe, impulsionada pela Vale; dólar recua para R$ 3,48 com exterior

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado

A decisão do banco central do Japão de não anunciar novos estímulos monetários nesta quinta-feira (28) frustrou investidores, fazendo a maior parte das Bolsas globais cair. O Ibovespa, porém, se mantém em alta, impulsionado principalmente pelas ações da Vale, cujo balanço do primeiro trimestre veio melhor que o esperado por analistas.

Sem ação do Banco Central no mercado de câmbio, o dólar recua ante o real, para o patamar de R$ 3,48, seguindo o movimento da moeda americana em outros países.

O mercado de juros futuros opera em alta nos contratos de curto prazo, reagindo à sinalização do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC de que não cortará a taxa básica de juros (Selic) tão cedo.

O principal índice da Bolsa paulista avançava há pouco 0,74%, aos 54.878,69 pontos. As ações PNA da Vale subiam 5,82%, a R$ 16,16, e as ON ganhavam 5,44%, a R$ 20,51.

A mineradora teve lucro líquido de R$ 6,311 bilhões no primeiro trimestre de 2016, superando as estimativas de analistas e registrando resultado positivo pela primeira vez em três trimestres.

Contribui para a alta das ações da Vale o fato de o minério de ferro entregue em Qingdao, na China, ter subido 2,96% nesta quinta-feira, para US$ 62,90 a tonelada, após ter recuado nas quatro sessões anteriores.

No setor siderúrgico, CSN ON ganhava 5,17%; Gerdau PN, +1,48% e Usiminas PNA, +2,71%.

As ações da Petrobras avançavam 1,65%, a R$ 10,42 (PN) e 1,56%, a R$ 13,61 (ON), acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional.

No setor financeiro, as ações PN do Bradesco perdiam 1,86%, a R$ 26,27, e as ON caíam 2,13%, a R$ 28,42, depois que o segundo maior banco privado do país anunciou queda de 3,8% no lucro recorrente do primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 4,113 bilhões. O número ficou abaixo das expectativas de analistas.

Ainda no setor financeiro, Itaú Unibanco PN subia 1,16%; Banco do Brasil ON caía 1,30%; Santander unit, +0,72% e BM&FBovespa ON, +2,60%.

Analistas ressaltam que as perspectivas do mercado para um novo governo sob o comando de Michel Temer seguem positivas.

"Os investidores estão otimistas com o cenário político, mas ao mesmo tempo estão cautelosos, esperando a confirmação de um novo governo, tanto que o volume negociado na Bolsa está mais baixo", comenta Alexandre Soares, analista da corretora BGC Liquidez.

DÓLAR E JUROS

No mercado de câmbio, o dólar à vista recuava 1,74%, a R$ 3,4860, e o dólar comercial perdia 1,03%, a R$ 3,4870. O BC não realizou ainda nesta semana nenhuma operação de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

Desta forma, o comportamento do câmbio doméstico tem seguido o cenário externo. Nesta sessão, a moeda americana recua na maioria dos países com a decisão do banco central japonês de não anunciar novos estímulos monetários, o que valorizou fortemente o iene.

A confirmação do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), nesta quarta-feira (27) de que a alta dos juros americanos será gradual e o PIB americano do primeiro trimestre mais fraco que o previsto colaboram para a desvalorização do dólar e o aumento do apetite por ativos de maior risco.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,530% na véspera para 13,590%, mas o DI para janeiro de 2021 caía de 12,570% para 12,530%.

O movimento nos juros de curto prazo ocorre após o Copom ter reiterado que o nível alto de inflação em 12 meses não permite flexibilização da política monetária. Com isso, o mercado não espera cortes na taxa na próxima reunião do colegiado, em junho.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, recuava há pouco 0,96%, aos 333,884 pontos.

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,14% e o S&P 500, -0,02%, reagindo à decisão do banco central japonês.

O índice Nasdaq, porém, subia 0,40%, impulsionado pelas ações doFacebook, que apresentou resultados fortes relativos ao primeiro trimestre.

As Bolsas europeias recuavam em sua maioria, pressionadas pela falta de novos estímulos à economia japonesa e por resultados corporativos ruins do banco espanhol BBVA e da fabricante francesa de aviões Airbus.

Na Ásia, a maior parte dos índices acionários também fechou no campo negativo, reagindo ao BC japonês. O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio perdeu 3,61%. 



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