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Setor têxtil de Blumenau sente os impactos da queda nas importações

Veículo: Jornal de Santa Catarina

Seção: Comércio Exterior

O setor têxtil é um dos que mais sentem o impacto da queda nas importações registradas em Blumenau de janeiro a março deste ano. Praticamente todos os itens do segmento registraram alguma baixa no primeiro trimestre de 2016. O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex),Ulrich Kuhn, atribui o resultado à taxa cambial, que deixou os produtos importados mais caros, e à queda na demanda interna.

— Com o país em recessão e o consumo em queda, se a empresa importava 100, vai importar 80. E se ficou mais caro, baixa ainda mais a importação. Mas sempre tem um momento que estabiliza (a queda) porque uma vez que o importador conhece o mercado externo, não deixa completamente de importar — avalia.

Por outro lado, houve aumento na exportação de itens de cama e mesa, que cresceram cerca de 20%. Para Kuhn, porém, o movimento não indica um crescimento do mercado nesta direção:

— É um movimento pontual e importante, mas não tem nem de longe a magnitude que teve a redução da importação. De qualquer maneira, a recuperação do mercado externo é lenta, o Brasil perdeu espaço. Reconquistar um mercado é muito mais difícil do que conquistar, o que deve ocorrer só dentro de dois a três anos.

A blumenauense Silmaq, maior importadora de equipamentos para a indústria de vestuário do Brasil, também sente os efeitos desse movimento. A empresa já enfrentou outras crises sem grandes prejuízos, mas a de agora é mais delicada porque está se arrastando por mais tempo que as anteriores, que duravam de 90 a 120 dias, diz o diretor comercial Edson José de Souza:

— Dessa vez a crise se estendeu, ultrapassou os seis meses, as vendas caíram, nossos estoques aumentaram e nós precisamos parar de comprar e importar.

Um possível fortalecimento da cadeia nacional de confecção, em função do breque na importação de roupas prontas, torna-se mais lenta porque a crise política drena a confiança da indústria, analisa Souza. Além disso, a inadimplência é outro fator determinante na composição do cenário de dificuldades vividas pelo setor.

— O alto endividamento do consumidor fez com que os fabricantes de roupas vendessem menos e, por consequência, fabricassem menos. Com isso nós vendemos menos.



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