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Dólar cai com sinais de saída do PMDB da base do governo Dilma Rousseff

Veículo: Folha de São Paulo. 

Seção: Mercado. 

A sinalização de que o PMDB deverá romper com o governo fez o mercado elevar as apostas no impeachment de Dilma Rousseff.

Nesta segunda (28), o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, subiu 2,5% e chegou a 50.890 pontos.

O leve avanço das Bolsas americanas também ajudou. Dados sobre gastos dos consumidores nos EUA mostraram alta moderada em fevereiro e recuo da inflação geral, sugerindo que o Federal Reserve poderá demorar mais para voltar a elevar os juros.

O dólar à vista, por sua vez, caiu 1,17%, para R$ 3,636. O comercial (usado no comércio exterior) teve queda de 1,49%, cotado a R$ 3,626.

Recente pesquisa da Reuters com profissionais do mercado mostrou que o dólar pode atingir o recorde de R$ 4,25 se Dilma ficar na Presidência ou cair a R$ 3,50 se ela deixar o governo.

Analistas consultados pela Folha acreditam que a troca de governo ganhou mais força depois do anúncio de que o diretório do PMDB no Rio é favorável à saída da base aliada. Se antes as probabilidades do impedimento da presidente da República rondavam os 70%, agora o mercado acredita que as soluções da crise política estão mais perto do que se imaginava.

"O mercado está apostando muito nessa ideia [impeachment] e já começou a precificar esse cenário", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo. Nesta terça (29), o diretório nacional do partido deverá oficializar o desembarque do governo.

A provável saída do PMDB enfraqueceria as linhas de defesas do governo contra o impeachment no Congresso. Muitos operadores enxergam que a saída de Dilma do Planalto é um passo para a recuperação da economia.

"O peso maior para frear o processo é do PMDB. Com a possibilidade de sua saída da base aliada, o impedimento se torna mais real, e é isso o que alimenta o mercado" afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Depois do fechamento dos mercados, o PMDB deu mais um sinal de desembarque, depois de o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) anunciar sua demissão.

Figueredo, da Clear, ressaltou que a reunião do diretório nacional do PMDB pode ser o norte que os investidores esperavam para dar início ao segundo passo: avaliar como o partido vai se comportar no comando do país.

"O PMDB vai montar um governo de transição? Ou realmente vai ter força para governar e montar uma equipe capaz de disputar as próximas eleições? Essas são questões que o mercado vai começar a discutir", disse.



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