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Mercado espera inflação menor e queda maior da economia em 2016

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO - (Atualizada às 9h) As expectativas dos analistas econômicos para a inflação melhoraram pela segunda semana consecutiva, acompanhando uma queda nas estimativas para os preços administrados e para o dólar no fim deste ano, de acordo com informações do boletim Focus, do Banco Central (BC). A mediana das estimativas para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 7 ,46% para 7 ,43% em 2016. Em 12 meses, a previsão saiu de um aumento de 6,61% para 6,60%.

Entre os analistas Top 5, que mais acertam as previsões no médio prazo, a mediana para este ano foi de 7 ,69% para 7 ,46% de elevação. Para 2017 , o mercado em geral manteve a estimativa de aumento de 6% para o IPCA. Os Top 5 reduziram sua expectativa de 6,50% para 6,20%. Essa queda nas estimativas de inflação pode estar sendo influenciada pela deterioração da atividade. A mediana das previsões para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano saiu de queda de 3,54% para retração de 3,60%.

Para 2017 , a estimativa de crescimento de 0,50%, que se manteve intacta por três semanas, agora passou para 0,44%. Os primeiros indicadores de atividade econômica de 2016, divulgados ao longo da semana passada, vieram ruins. A economia aprofundou a retração nos 12 meses encerrados em janeiro. A queda do PIB paulista, que responde por cerca de 30% da economia do país, puxou esse resultado. Segundo a Fundação Seade, a retração do Estado nesse período passou de 4% para 4,4%. Em janeiro, contudo, houve estabilidade ante dezembro, influenciada pelo agronegócio.

Já o Monitor do PIB, da FGV, saiu de queda de 3,8% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2015 para recuo de 4,1% em janeiro, a despeito de a economia ter registrado alta de 0,13% no primeiro mês do ano, na comparação com dezembro. O IBC-Br, por sua vez, saiu de queda de 4,05% para recuo de 4,48%. Aqui, porém, o dado de janeiro mostrou recuo de 0,61% na atividade ante dezembro. O cálculo feito pela Serasa Experian mostrou queda de 4,2% nos 12 meses em janeiro, de menos 3,8% acumulados em dezembro. Apenas em janeiro, a queda foi de 0,1% ante dezembro. A queda da previsão para os preços administrados neste ano, de 7 ,40% para 7 ,20%, também pode ter melhorado a expectativa para a inflação.

A estimativa mediana para a taxa de câmbio de fim de ano, por sua vez, caiu pela quinta semana consecutiva, de R$ 4,25 para R$ 4,20. A projeção para o fim de 2017 recuou pela segunda vez, com dólar cotado agora a R$ 4,30. Nas previsões para os juros, tudo ficou igual. Espera-se que a Selic termine 2016 no atual nível, de 14,25%, e que caia a 12,50% até o fim de 2017 . Os analistas Top 5 mantiveram a expectativa de uma pequena queda do juro em 2016, para 14%, mas elevaram sua aposta para 2017 em 0,25 ponto percentual, e agora ela está igual à do mercado em geral. Setor externo As previsões dos analistas econômicos para os números do setor externo continuam a melhorar, segundo o boletim Focus.

A expectativa para o superávit comercial deste ano subiu de US$ 41,20 bilhões para US$ 42,40 bilhões. Há um mês, estava em US$ 37 bilhões. Para 2017 , a melhora é ainda mais significativa - a previsão passou de US$ 43,20 bilhões para US$ 46,90 bilhões. Há um mês, estava em US$ 39,65 bilhões. A estimativa para o déficit em conta corrente caiu pela sétima semana seguida, de US$ 24,10 bilhões para US$ 21,21 bilhões neste ano. Para 2017 , saiu de US$ 19,41 bilhões para US$ 19 bilhões. A projeção para ingresso de investimento estrangeiro direto (IED) foi mantida em US$ 55 bilhões neste ano, mas subiu de US$ 56,25 bilhões para US$ 57 ,50 bilhões em 2017 . 



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