Notícias

Queda nos serviços foi menos intensa que no varejo

Veículo: Valor

Seção: Economia

A desaceleração também se aprofundou no setor de serviços, mas o ritmo de retração na virada de 2015 para 2016 foi menos intenso que no varejo. Os dados sugerem que após um primeiro ajuste no orçamento doméstico mais focado na redução dos serviços contratados (menos manicure, menos lavanderia, menos refeições fora de casa, etc.), as famílias ampliaram o controle sobre o consumo, incluindo alimentação.

No conjunto, a retração acumulada no volume de serviços prestados às famílias passou de 5,3% em dezembro para 5,5% em janeiro, enquanto a queda no varejo se ampliou de 4,3% para 5,2% na mesma comparação (segmento restrito) e de 8,6% para 9,3% no conceito ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção. Assim em 12 meses, a queda do varejo restrito (que responde mais à renda) e dos serviços às famílias se aproximaram, mas a desaceleração começou antes em serviços e essa é uma das razões para sua curva ser mais suave.

Em janeiro do ano passado, o volume prestado em serviços às famílias já era negativo. Sempre olhando para o acumulado em 12 meses, em janeiro de 2015 o setor acumulava queda de 2,2%, enquanto as vendas no varejo restrito eram positivas em 1,8%. Ou seja, olhando no prazo de dois anos, o setor de serviços já viu sua demanda encolher em 8%, enquanto o volume de vendas do comércio restrito diminuiu 3,5%.

A inflação de fevereiro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sugere que a retração na demanda por serviços começou a afetar mais fortemente os preços do setor. Os preços de educação, que tradicionalmente sobem naquele mês, subiram 5,9%, na média dos outros anos, apesar de pressionados por uma inflação passada muito maior. No total de 37 serviços mais influentes na inflação, segundo o IBGE, 21 subiram menos em fevereiro que em igual mês do ano passado, sugerindo que a indexação informal do setor, ditada pela inflação passada e pelo reajuste do salário mínimo, foi afetada.

A expectativa é que o desemprego crescente e a renda familiar em queda continue a afetar a demanda por serviços, talvez de forma menos intensa dada a retração já acumulada, mas o sinal continua para baixo.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar