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Para Wagner, crise econômica motivou manifestações contra o governo

Veículo: Valor

Seção: Economia

BRASÍLIA -­ (Atualizada às 15h20) O ministro­chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT­BA), afirmou que o governo não mudará sua agenda em função das manifestações recordes de ontem. Na avaliação do ministro, o “carro­chefe” que leva as pessoas à rua é a crise econômica e a piora em indicadores como emprego, crescimento e inflação. “O bom ou mau humor da rua tem a ver com o bom ou mau desempenho da economia. Não tem como recuperar o bom humor das pessoas e das famílias sem recuperar a economia”.

Wagner voltou a falar que o governo não vai “tirar coelho da cartola” ou embarcar numa “aventura” na economia, mas reconheceu que o governo estuda usar as reservas internacionais para abater parte da dívida pública.

“Não há decisão tomada, mas se for fazer, é para a dívida, que é o que tem mais lógica”, afirmou.

O ministro também disse que o governo insistirá no envio do projeto que estabelece um teto para os gastos públicos até o fim do mês ao Congresso, que a renegociação das dívidas estaduais dará “fôlego” para que os Estados invistam e que “para animar a economia tem que colocar obra pública para rodar”.

Wagner descartou mudanças na política econômica e disse que a presidente Dilma Rousseff continua “trafegando para ter ajuste, para que depois a economia volte a crescer”, mas reconheceu que o “único remédio para um governo que tem avaliação ruim é melhorar a vida das pessoas”.

O ministro­chefe da Casa Civil observou ainda que as manifestações de ontem não podem ser comparadas às Diretas Já, no anos de 1980. Na avaliação dele, que fez questão de ressaltar várias vezes que não estava desmerecendo os manifestantes, os protestos de domingo foram “produzidos” com convocações feitas por federações, pelo comércio, em fábricas, além da catraca livre no metrô e mudanças no horário do jogo de futebol.

“Não estou desmerecendo, mas não me venha falar em espontaneidade. A comparação com as Diretas Já não é apropriada”.

O ministro também criticou o papel da oposição e alfinetou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o senador Aécio Neves. “O Geraldo e o Aécio acharam que iam ser o rei da festa, mas o rei da festa foi o Moro”, afirmou numa referência ao juiz Sérgio Moro.

Impeachment

Wagner ainda criticou a oposição por insistir no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a oposição poderia ser mais criativa e trabalhar na criação da figura do recall do presidente da República. “Impeachment não é solução para a crise política nem para baixa popularidade”, disse.

Na avaliação que fez das manifestações, o ministro também criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que previu a votação do impeachment em 45 dias na Câmara. “Ele tem pressa para sair de cena”, disse. Segundo Wagner, Cunha age por raiva e quer que a presidente saia primeiro que ele.



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