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Nível de emprego cai na indústria pelo 12º mês consecutivo, aponta CNI

Veículo: Valor Econômico. 

Seção: Economia. 

O nível de emprego na indústria brasileira caiu 0,8% entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016 – o que representa a 12ª queda consecutiva na série dessazonalizada, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta segundafeira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o emprego caiu 9,6% no setor. A CNI informou ainda que o rendimento médio real do trabalhador da indústria caiu 0,9% e a massa salarial recuou 2% em janeiro, ante dezembro. Ante janeiro do ano passado, o recuo foi de 0,8% e de 10,3%, respectivamente. Indicadores A CNI divulgou os indicadores industriais referentes a janeiro. Segundo a entidade, houve queda, na comparação com dezembro, no uso da capacidade instalada e nos dados de emprego e renda. Por outro lado, houve crescimento no faturamento e no número de horas trabalhadas na produção. O faturamento real da indústria subiu 1% em janeiro frente a dezembro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com janeiro do ano passado, no entanto, há queda de 13,9%. Já as horas trabalhadas também cresceram na comparação mensal. Houve aumento de 2,9% entre dezembro e janeiro (dados dessazonalizados). Contra um ano atrás, houve queda de 11,6%. Segundo a CNI, foi registrada a sétima queda consecutiva da massa salarial. A retração em dezembro e janeiro foi de 2%, na série livre de influências sazonais. O indicador de janeiro é 10,3% menor do que um ano atrás. O indicador de rendimento médio real diminuiu 0,9% em janeiro frente a dezembro, também na série de livre de efeitos sazonais. O indicador é 0,8% menor do que em janeiro de 2015. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 1,1 ponto percentual entre janeiro e dezembro, na série dessazonalizada. O percentual médio do indicador chegou a 75,9% nessa série, o que representa 5,2 pontos percentuais abaixo do registrado um ano atrás. Trata­se também da sétima queda mensal consecutiva. Perspectivas O gerente­executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco, afirma que os indicadores industriais mostram que a crise atravessada pelo setor “não dá sinais de melhora”. Para ele, a evolução em alguns dados não significa que o setor já chegou ao “fundo do poço”. “É uma situação bastante delicada que o setor atravessou em 2015 e que não dá sinais de melhora”, afirmou. Para ele, a melhora observada nos dados de faturamento e número de horas trabalhadas na produção é pontual e não deve ser interpretada como uma virada nos indicadores. “Esse crescimento intriga um pouco a gente porque não combina com o quadro geral. Temos que lembrar que em situações de turbulência já tivemos um momento ou outro de crescimento pontual que não se sustentou”, disse. Por Fábio Pupo | Valor Brasil Últimas Lidas Comentadas Compartilhadas Presidente do Inep, José Francisco Soares, pede demissão 13h49 Contas de luz adotam bandeira amarela e ficam mais baratas 12h42 Mais de 120 mil já enviaram declarações do Imposto de Renda 12h01 Nível de emprego cai na indústria pelo 12º mês consecutivo, aponta CNI 11h41 Ver todas as notícias Vídeos A volta do desemprego 03/02/2016      Indicadores Brasil Variação em % Indicador fev jan dez 12 m* IPCA 1,27 0,96 10,71 IGP­M 1,29 1,14 0,49 12,08 IGP­10 1,55 0,69 0,81 12,05 Prod. Industrial** ­0,7 ­8,3 IBC­BR** ­0,52 ­4,11 Veja as tabelas completas no ValorData Fontes: IBGE, FGV e BC. Elaboração Valor Data. * Acumulado até o último mês indicado ** Dessazonalizado Edição Impressa 01­03­2016  Para ele, não é possível afirmar ao certo se os dados já chegaram ao “fundo do poço” ou se ainda têm potencial para piorar. “Teríamos que ter mais dados para saber se chegamos ao fundo do poço. Não creio, porque o quadro geral ainda é bastante negativo. Ainda não vejo como uma virada”, disse. O representante da CNI diz que o aumento nas horas trabalhadas foi influenciado pelo fim de período de férias e suspensão de contratos de trabalho no setor automotivo, em dezembro – o que indica certa retomada. “Foi muito concentrado no automobilismo e no setor têxtil, que haviam praticamente parado”, afirmou. “Trabalhadores que pararam por férias coletivas retornaram em janeiro e voltaram à jornada habitual. Traz alguma expectativa positiva pois se retornou a um período de maior normalidade [na produção], mas temos que ver se isso se sustenta para ver se há uma trajetória de reversão”, disse. Segundo ele, a entidade observou que os indicadores de confiança da indústria (outra pesquisa divulgada pela CNI) deixaram de piorar, mas que ainda há muita incerteza no setor. A CNI prevê queda de 3,1% no PIB do país em 2016 e de 5% do PIB industrial. “Precisamos equacionar muito bem os problemas, como a questão fiscal, pois isso gera incerteza e tem impacto sobre juros e no nível de atividade econômica. Uma melhora para 2017 precisa ser trabalhada em 2016, em questões como a redução de custos e o aproveitamento de um aspecto positivo que é o câmbio competitivo de hoje”, afirmou. 



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