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Dólar tem dia de alívio e sai abaixo de R$ 4,07; Bovespa recua

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO ­- Os mercados de câmbio e juros no Brasil passam por alívio, mas o Ibovespa tem um dia de correção em relação ao pregão do dia anterior nos Estados Unidos e cai. Petrobras e Vale lideravam as perdas. O dólar abriu em alta, mas mudou de rumo e passou a cair frente ao real, em linha com as oscilações no exterior, em meio a algum alívio nos mercados externos.

O BC divulgou nesta terça­feira a nota do setor externo. O relatório trouxe o menor déficit em conta corrente em cinco anos, queda nas remessas de lucros e dividendos, firmes investimentos diretos de estrangeiros e cerca de US$ 18 bilhões em entrada líquida de estrangeiros para investimentos em carteira. No mercado de juros, as taxas futuras caem em geral. Entre os vencimentos curtos e médios, a atenção se volta para a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para quinta­feira. Bolsa O Ibovespa opera em baixa, se ajustando às perdas nos mercados internacionais O índice da Bolsa paulista recuava 1,87% às 13h38, para 37.320 pontos. As vendas aumentaram com a abertura dos mercados nos Estados Unidos e a entrada do investidor estrangeiro. Petrobras PN cedia 5,22%, Petrobras ON recuava 3,86%, Vale PNA declinava 2,38% e Vale ON tinha baixa de 1,99%.

O pano de fundo da tensão dos investidores ontem continuava sendo o receio de que a China tenha um desaceleração forçada ou mais rápida do que já estava na conta dos agentes. A Bolsa de Xangai teve hoje sua maior queda diária, em percentual, desde que o governo chinês abandonou o mecanismo de “circuit breaker”, em 8 de janeiro. O Xangai Composto recuou 6,42%, aos 2.749,79 pontos. Segundo operadores, a bolsa do país vinha apresentando reação com expectativa de adoção de estímulos e compras de ações pelo governo, mas preocupações com possibilidade de gasto de reservas em razão da política de estímulos e receios com fuga de capital estimulam a realização. O petróleo caiu ontem, mas hoje começa a mostrar recuperação e era negociado em alta. BR Malls ON perdia 2,87% e estava entre os destaques de baixa do Ibovespa. As vendas totais ficaram estáveis no quarto trimestre do ano, na comparação com mesmo período de 2014, para R$ 6,9 bilhões. Câmbio O dólar abandonou a alta do início do dia e passou a cair frente ao real nesta terça­feira.

Em mais um dia de volume de negócios mais modesto, investidores replicam no Brasil as oscilações da moeda no exterior, em meio a algum alívio nos mercados externos. Até o fim da semana, o dólar vai passar por testes, com a divulgação amanhã do resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e, na quinta, da ata do Copom. Na semana passada, a decisão do BC de manter a Selic em 14,25% ao ano reforçou no mercado temores de ingerência política do governo no BC, o que aponta para uma retomada da gestão de governo da chamada “nova matriz econômica” ­ acusada pelo mercado de gerar desequilíbrio fiscal, inflação alta e baixo crescimento.

Com isso, o dólar deu um salto, chegando a renovar a máxima histórica ante o real para cotações de fechamento. Às 13h42, o dólar comercial caía 0,98%, a R$ 4,0626. O dólar para fevereiro recuava 0,72%, a R$ 4,0755. Ontem, com a ausência dos negócios em São Paulo, principal praça financeira do país, o giro interbancário minguou a US$ 735,289 milhões, 30% a menos que o já fraco volume médio diário deste ano, de US$ 1,055 bilhão. No exterior o dólar recuava 0,55% frente ao peso mexicano, 0,20% ante a lira turca e 0,31% contra o rand sul­africano. Juros As taxas de juros futuros negociadas na BM&F operam de forma geral em queda nesta terça­feira, com o mercado concentrando as negociações em prazos médios.

O volume de forma geral está fraco, o que denuncia um mercado à espera de novos motores para ajustes adicionais, especialmente depois da forte correção da semana passada. Entre os vencimentos curtos e médios, a atenção se volta para a ata do Copom, prevista para quinta­feira. Na semana passada, os mercados impuseram forte ajuste de baixa às taxas desses vértices depois da surpresa com declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, dadas na véspera da decisão do Copom, indicando menor aperto monetário. Na quinta­feira, dia seguinte ao anúncio da estabilidade da Selic, o mercado fez novo ajuste de baixa nos DIs longos, já que ainda tinha na conta uma alta de 0,25 ponto percentual do juro básico. Todo esse contexto reforçou no mercado temores de ingerência política do governo no BC, o que aponta uma retomada da gestão de governo da chamada “nova matriz econômica” ­ acusada pelo mercado de gerar desequilíbrio fiscal, inflação alta e baixo crescimento.

Para o mercado, ficou a impressão clara de que o BC terá menor espaço para subir os juros, a despeito das expectativas de inflação ainda estarem bastante pressionadas e indicando preços fora do centro da meta até pelo menos 2020 ­ segundo o último relatório Focus do BC. O documento do BC ­ que traz estimativas de cerca de cem analistas para uma série de variáveis econômicas ­ mostra que o mercado impulsionou a previsão de inflação para este ano a 7,23% neste ano ­ muito acima do teto da banda de tolerância, de 6,5%, e em alta pela quarta semana consecutiva. Na semana anterior, o prognóstico era de 7%. O mercado também aos poucos começa a reforçar as atenções ao noticiário político, a poucas semanas da volta dos trabalhos no Congresso Nacional. Hoje, a executiva do PT promove reunião em Brasília.

No partido, a principal corrente é contra a reforma da previdência. A expectativa é que haja uma intensificação das críticas à gestão da economia pelo governo da presidente Dilma Rousseff, com os integrantes da executiva pedindo mais ações para reaquecer a economia, o que reforça no mercado o receio de volta às práticas do primeiro mandato da presidente Dilma. Às 13h44, o DI janeiro de 2018 recuava a 15,620% ao ano, ante 15,830% no último ajuste. O DI janeiro de 2017 cedia a 14,740%, frente a 14,850% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2021 indicava 16,420%, em relação a 16,610% no ajuste anterior.



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