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Economia brasileira cai 1,7% no 3º trimestre e prolonga recessão

Vecíulo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado

O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do país, caiu 1,7%
no terceiro trimestre deste ano, na comparação aos três meses imediatamente
anteriores, para R$ 1,481 trilhão, informou o IBGE nesta terçafeira
(1º).
O resultado é pior do que a expectativa de economistas consultados pela agência
internacional Bloomberg, de queda de 1,2% do PIB no período.
Tratase
do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa
sequência desde 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado
na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação.
Uma economia entra tecnicamente em recessão ao recuar por dois trimestres
seguidos. O PIB já havia caído 0,8% no primeiro trimestre e 2,1% no segundo
trimestre, na comparação aos três meses anteriores, segundo dados revisados pelo
IBGE.
PIB
Tri. x tri. imediatamente anterior, em %
Fonte: IBGE
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Pela avaliação da FGV (Fundação Getulio Vargas), entretanto, a recessão começou
há mais tempo, no segundo trimestre de 2014, quando houve uma piora
generalizada nos indicadores econômicos.
Quando comparado ao mesmo período de 2014, o PIB teve um recuo de 4,5% de
julho a setembro. A economia assim recuou 3,2% no ano e 2,5% no acumulado de
quatro trimestres (12 meses).
A queda é maior do que aquela esperada por economistas consultados pela agência
internacional Bloomberg, de baixa de 4,2% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Nesta base de comparação, foi a queda mais intensa da série histórica da pesquisa,
iniciada em 1996, considerando todos os trimestres. E também a sexta queda
consecutiva, a maior sequencia da série histórica.
No acumulado do ano, o PIB encolhe 3,2%, a maior queda da série histórica, de
1996. No acumulado de quatro trimestres (12 meses), a economia teve uma queda
de 2,5%.
A economia brasileira sofre com uma combinação de fatores, desde a perda de
dinamismo do crescimento econômico global até a conta de anos de uma política
econômica que fragilizou as finanças públicas. A crise política também não dá
trégua.
Os principais componentes do PIB tiveram queda neste terceiro trimestre. Pelo
lado da demanda, o consumo das famílias recuou 1,5% e os investimentos tiveram
queda de 4% frente aos três meses anteriores. Pela ótica da oferta, a indústria teve
uma baixa de 1,3% no mesmo tipo de comparação.
FAMÍLIAS REDUZEM AINDA MAIS O CONSUMO
As famílias brasileiras voltaram a reduzir suas compras, pressionadas pela
combinação de queda na renda, inflação elevada, crédito mais restrito. O consumo
das famílias recuou 1,5% frente ao segundo trimestre e 4,5% na comparação com o
mesmo período do ano passado.
Os setores produtivos também diminuíram seus gastos devido à falta de confiança
na economia. Isso deve dificultar ainda mais a retomada do crescimento em 2016.
Os investimentos em máquinas, equipamentos e na construção tiveram queda de
4% frente ao segundo trimestre deste ano. Na comparação com o mesmo período
de 2014, a queda foi de 15%.
Segundo o IBGE, o consumo do governo —o que inclui União, Estados e
municípios— continuou crescendo no terceiro trimestre, em 0,3% frente aos três
meses anteriores. Frente ao mesmo período de 2014, porém, houve queda de
0,4%.
AGRONEGÓCIO SURPREENDE COM QUEDA
O setor agropecuário contribuiu negativamente para o PIB, uma das surpresas da
divulgação, com baixa de 2,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre.
Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 2%.
AGROPECUÁRIA
Tri. x tri. imediatamente anterior, em %
Fonte: IBGE
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A atividade industrial, que já vinha tendo quedas, repetiu o mal resultado no
trimestre. Com estoques elevados e pouca confiança dos empresários, o setor tem
cortado produção e empregados em ritmo intenso desde o ano passado.
No terceiro trimestre, o PIB da indústria teve queda de 1,3% na comparação ao
três meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE. Já na comparação com o
mesmo período do ano passado, a queda foi de 6,7%.
INDÚSTRIA
Tri. x tri. imediatamente anterior, em %
Fonte: IBGE
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Já o setor de serviços, que responde por algo como dois terços do PIB brasileiro,
teve uma queda de 1% na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Em
relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 2,9%.
O QUE É O PIB
O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais indicadores de uma economia.
Ele revela o valor adicionado a ela em um determinado período.
O cálculo do indicador pode ser feito pela ótica da oferta e da demanda. Os
métodos devem apresentar o mesmo resultado.
Imagine que o IBGE queira calcular a produção gerada por um artesão que cobra
R$ 30 por uma escultura de mármore. Para fazer a escultura, ele usou mármore e
martelo e teve que adquirilos
da indústria.
O preço de R$ 30 traz embutidos os custos das matériasprimas
utilizadas. Se o
mármore e o martelo custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de
R$ 10. Esse tipo cálculo é replicado por toda a economia do país. A soma total da
produção é o PIB nacional.

 

Matéria completa em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1713337-economia-brasileira-cai-17-no-3-trimestre-e-prolonga-recessao.shtml 



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