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Dólar e juros pausam queda dos últimos dias à espera do Fed

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO ­- O apetite por venda de dólar e juros futuros dá uma pausa nesta quinta­feira, com os DIs oscilando em torno da estabilidade e o dólar em leve alta ante o real. O mercado dá continuidade ao movimento iniciado na tarde de ontem, quando esses ativos saíram das mínimas do dia, embora ainda tenham fechado em queda. Às 9h59, o dólar comercial subia 0,40%, a R$ 3,7827. O dólar para dezembro avançava 0,38%, a R$ 3,7995.

Com o ambiente interno mais calmo e ainda sob efeito de notícias sobre possibilidade de o ex­presidente do Banco Central Henrique Meirelles chefiar o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, investidores se voltam hoje para o exterior, sobretudo Estados Unidos, onde estão previstos discursos de vários integrantes do Federal Reserve (Fed). A expectativa maior recai sobre declarações da presidente do Fed, Janet Yellen.

O tema do discurso de Yellen não poderia ser mais pertinente ao mercado: política monetária. Na semana passada, última vez em que discursou publicamente, Yellen foi taxativa ao dizer que um aumento de juros nos EUA em dezembro é uma “possibilidade real”, principalmente se a economia americana continuar com bom desempenho. Na sexta­feira seguinte, o “payroll” surpreendeu todas as expectativas e praticamente consolidou apostas de aperto monetário no próximo mês. Na direção contrária, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, reiterou hoje a prontidão do BCE em agir com mais estímulos caso seja necessário. Chamou atenção dos agentes financeiros sua afirmação de que uma medida importante da saúde econômica ­ a inflação ­ ainda fraqueja. E inflação baixa dá espaço para mais estímulos monetários.

Do noticiário doméstico, é discreta a reação à aprovação, na noite de ontem, do projeto de repatriação de recursos mantidos fora do Brasil detidos por residentes no país. A medida pode trazer ao país no próximo ano algo como R$ 10 bilhões, ajudando a compensar uma eventual não aprovação da CPMF. A esperança de aprovação do projeto já chegou a fazer preço no dólar, cujo espaço adicional para queda acaba sendo limitado depois dos fortes movimentos dos últimos dias. No mercado de juros, O DI janeiro de 2017 tinha taxa de 15,480% ao ano, em relaão à taxa de 15,470% de ontem.

O DI janeiro de 2018 apontava 15,720%, frente a 15,710% no último ajuste. Entre os vencimentos mais longos, o DI janeiro de 2021 indicava 15,580%, contra 15,590% no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2025 tinha taxa de 15,590%, em relação a 15,600% no ajuste anterior.

(José de Castro | Valor)



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