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Bovespa recua mais de 1% e dólar ronda R$ 3,80

Veículo: Valor Econômico

Seção: Finanças

 

Bovespa recua mais de 1% e dólar ronda R$ 3,80
Por Aline Cury Zampieri, José de Castro e Luis Eduardo Leal
SÃO PAULO

Os investidores continuam preocupados com o ritmo de crescimento da economia global e com a
perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) venha a iniciar em dezembro o ciclo de
elevação da taxa de juros de referência dos EUA.
O Ibovespa opera em queda, ainda na esteira da mudança de perspectiva da alta de juros pelo Fed. Dados
econômicos da China também pesam.
No front local, a novidade negativa é a informação divulgada pelo Valor de que de que avança no governo o
processo de substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o que deve gerar mudanças na forma como a
política econômica vem sendo conduzida.
Nos mercados de câmbio e juros, é sentido um interesse do investidor estrangeiro pela renda fixa brasileira, mas
que seria moderado e pontual. Por ora, os volumes não parecem chamar atenção, mas um alívio nas saídas e
retomada gradual das entradas, em meio a um ambiente ainda negativo, acabam fazendo preço.
Com isso, o dólar passou a apresentar leve queda frente ao real, e as taxas de juros se afastaram das máximas.
Bolsa
O Ibovespa tem mais um pregão de queda. O índice recuava 1,51% ao redor das 14 horas, para 45.495 pontos, e
segue a trajetória iniciada com o dado sobre o mercado de trabalho dos EUA na sextafeira
passada, que reforçou a
aposta do mercado de alta dos juros americanos em dezembro. Vale seguia entre os destaques de queda das blue
chips. A ação PNA perdia 1,47%.
Segundo resume Pedro Galdi, analista da Whatscall Consultoria, o índice da Bolsa paulista ainda reflete dados
piores da China e da própria economia local. Para ele, há chances de o Ibovespa seguir pressionado até a próxima
reunião do Fed, em meados do próximo mês, caso saiam números melhores da economia americana até lá.
Somase
a isso a notícia de hoje divulgada pelo Valor, de que avança no governo o processo de substituição do
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o que deve gerar mudanças na forma como a política econômica vem sendo
conduzida. O expresidente
Lula e ministros do núcleo político querem que o expresidente
do Banco Central (BC)
Henrique Meirelles assuma a pasta no lugar de Levy.
A ação da Smiles cedia 6,41% e liderava as baixas do Ibovespa. A empresa de programas de fidelidade divulgou
resultados fortes em 4 de novembro, mas as preocupações com a solidez financeira da Gol, sua controladora,
continuam a limitar o desempenho do papel. A companhia aérea divulga seu balanço amanhã, após o fechamento
do pregão.
Câmbio
O dólar era negociado nesta tarde perto da estabilidade. O BC faz hoje mais um leilão de até US$ 500 milhões em
linhas de dólares, com datas de recompra para abril e julho de 2016.
Os leilões de linhas têm o efeito de aliviar o cupom cambial pelo aumento da oferta de dólar. Essa será a terceira
operação do tipo a ser feita pelo BC apenas neste mês, em ofertas que já somam US$ 1,5 bilhão. Em outubro, a
autoridade monetária vendeu ao mercado US$ 500 milhões, depois de em setembro liquidar a venda de US$ 6,83
bilhões nessas operações.
Ao mesmo tempo, começouse
a notar mais interesse do estrangeiro por ativos locais. Um sinal disso foi a venda
pela Hypermarcas de sua divisão de cosméticos à francesa Coty, em operação que movimentou cerca de US$ 1
bilhão.
Ao redor de 14 horas, o dólar comercial estava perto da estabilidade, com alta de 0,02%, a R$ 3,80, após máxima
de R$ 3,8246. O dólar para dezembro recuava 0,04%, a R$ 3,8205.
É importante notar que nesta manhã outras moedas emergentes além do real se recuperaram.
Juros
Os juros futuros começam os negócios da tarde desta terçafeira
longe das máximas do dia. A perda de fôlego se
dá, sobretudo, nas taxas mais longas, que passaram a cair.
A explicação, segundo profissionais, é um aparente, moderado e pontual fluxo estrangeiro para renda fixa
brasileira. Por ora, os volumes não parecem chamar atenção, mas um alívio nas saídas e retomada gradual das
entradas, em meio a um ambiente ainda negativo, acabam fazendo preço.
O comportamento dos juros ocorre em sintonia com o dólar, o que reforça a leitura de que os preços deprimidos
dos ativos brasileiros começam, de fato, a chamar atenção dos estrangeiros.
A série de problemas do lado doméstico, contudo, ainda serve de trava e ajuda a sustentar as taxas mais curtas
em alta. Ontem, voltaram com força ao radar notícias sobre a falta de apoio de Levy dentro e fora do governo.
Segundo matéria do Valor, avança no governo o processo de substituição do ministro. De acordo com fontes da
coordenação política e da direção do PT, a sucessão deve ocorrer em janeiro, mas pode ser antecipada para
dezembro no caso de um agravamento da crise. O expresidente
Lula e ministros do núcleo político querem que o
expresidente
do BC Henrique Meirelles assuma a pasta no lugar de Levy.
Os mercados monitoram também informações sobre a reunião do diretor de Política Econômica do BC, Altamir
Lopes, com economistas no Rio de Janeiro. Ontem ,em São Paulo, Lopes ouviu de profissionais perspectivas
sombrias para a atividade econômica e inflação, com desalento sobre a probabilidade de resolução para a crise
política.
Ao redor de 14 horas, o DI janeiro de 2017 indicava 15,500% ao ano, ante 15,450% no ajuste de ontem. O DI
janeiro de 2018 apontava 15,760%, contra 15,710% no último ajuste.
Na ponta mais longa, o DI janeiro de 2021 caía a 15,700%, frente a 15,720% no ajuste da véspera. O DI janeiro de
2025 recuava a 15,720%, ante 15,750% no ajuste anterior.



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