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Só Marisa reduz estoques no 3º trimestre

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas

A crescente deterioração no cenário macroeconômico brasileiro exigiu das varejistas de moda um esforço extra
para reduzir estoques no terceiro trimestre deste ano, abrindo espaço nas vitrines para as coleções de primaveraverão,
que começaram a chegar às lojas em agosto. Entre as companhias abertas que já divulgaram os resultados
do terceiro trimestre Arezzo, Grendene, Renner, Marisa e Hering apenas a Marisa conseguiu reduzir o nível de
estoques, em comparação ao terceiro trimestre do ano passado.
Mesmo com promoções feitas em julho e agosto e abertura de lojas, essas empresas encerraram o trimestre com
estoques da ordem de R$ 2 bilhões, 10,7% superior à conta de estoques do terceiro trimestre do ano passado.
O aumento dos estoques supera a alta da inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) de 9,49%. E indica que há sobra de mercadoria para ser desovada no quarto trimestre,
considerando que as vendas dessas empresas, na média, cresceram 6,3% no terceiro trimestre, e não há
expectativas de uma grande aceleração nos últimos três meses do ano. A Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê uma queda de 5% nas vendas do varejo no país neste ano.
No acumulado de janeiro a agosto, o comércio varejista de tecidos, vestuário e calçados apresentou queda de
6,6%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Associação Brasileira da
Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) projeta uma queda de 4% no varejo de moda neste ano, com uma pequena
recuperação no quarto trimestre.
No terceiro trimestre deste ano, a Marisa reduziu a conta de estoques em 5,1%, para R$ 459,5 milhões. A
concorrente Renner apresentou no período um incremento de 13,2% na conta de estoques, chegando a R$ 763,6
milhões. A Hering teve um avanço de 14,9%, para R$ 394,1 milhões. A Arezzo, que divulgou seus resultados
ontem, encerrou o trimestre com R$ 121 milhões na conta de estoque, 4,5% mais do que o apresentado um ano
antes. A Grendene, por sua vez, teve um aumento de 37,8% nos estoques, chegando a R$ 266,1 milhões.
Na teleconferência de resultados, o diretor de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt, disse que
a empresa antecipou a produção que faria no quarto trimestre mas que, no varejo, não tinha notícia de acúmulo
de estoques dos seus produtos. A Arezzo não respondeu ao pedido de entrevista.
A Hering informou que fez uma campanha de redução de estoques na sua rede de franquias e que vai buscar
melhorar a eficiência nos próximos trimestres. A Marisa, por sua vez, anunciou que espera reduzir os estoques de
8% a 9% até o fim de 2016. A Renner teve um aumento nos estoques
inferior ao ritmo de crescimento da receita, que subiu 18% no terceiro
trimestre. A empresa manteve a previsão de crescimento de um dígito
médio a alto em receita no quarto trimestre.
No terceiro trimestre, a Hering e a Marisa intensificaram as
promoções para reduzir estoques, o que resultou em perda nas
vendas. A receita da Marisa caiu 3,8%, para R$ 747,2 milhões; a
receita da Hering teve redução de 2,8%, para R$ 353,6 milhões. No
mesmo período, Arezzo (6,4%), Grendene (2,3%) e Renner (18%) tiveram expansão na receita de vendas, sendo
que Arezzo e Grendene foram em grande parte beneficiadas pelas exportações.
Em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, quando a maioria das varejistas de moda começou a
apresentar sinais de desaceleração, devido ao enfraquecimento da economia, a conta de estoques teve uma
melhora. Juntas, essas varejistas haviam registrado há um ano atrás um aumento de 13,3% na conta de estoques
superior
ao incremento de 10,7% do terceiro trimestre de 2015.
Arezzo e Renner tiveram avanços mais modestos nos estoques de 2015 em relação aos do ano passado. Hering e
Grendene tiveram piora. No terceiro trimestre de 2014, a Hering havia elevado a conta de estoques em 11,9%;
agora o avanço foi de 14,9%; a Grendene tinha reduzido estoques em 19,9% há um ano; no terceiro trimestre de
2015, teve avanço de 37,8%.



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