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Grifes apostam em trabalho brasileiro para atrair consumidoras bolivianas

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado

País reconhecido como origem de uma mão de obra que em grande parte se torna vítima de escravização no mercado do vestuário brasileiro, a Bolívia passa a ser vista também como destino para a produção da moda nacional.

Além de oferecer benefícios tributários, a Bolívia vale como alternativa ao combalido mercado doméstico e ao fechamento do mercado argentino, que progressivamente substitui exportações brasileiras por chinesas.

Mas é o gosto da boliviana pelo estilo da brasileira a resposta das grifes quando questionadas por que a Bolívia.

A Dudalina acaba de abrir duas franquias por lá e terá mais uma em outubro. Thiago Raitez, executivo da marca, afirma que estão exportando roupas "feitas por mãos brasileiras". A produção fica em Blumenau (SC).

Neste mês, 15 marcas brasileiras abriram uma loja temporária em Santa Cruz de la Sierra, com apoio da Abit (associação da indústria) e da Apex-Brasil (agência de exportações). Até janeiro, grifes como Animale, Joy e Shoulder esperam R$ 2,5 milhões.

A loja temporária é parceria com a Marcia.Maria, uma espécie de Daslu local, famosa multimarcas boliviana que vende grifes estrangeiras.

A Bolívia tem um PIB que, embora pequeno (US$ 30 bilhões), cresce há sete anos.

No ano passado, o Brasil respondeu por 19% da importação de confecção da Bolívia, com US$ 11,8 milhões, alta de 9% ante 2013, só ficando atrás da China, de acordo com Rafael Cervone, presidente da Abit.

No país há anos, a Morena Rosa ainda quer se expandir. "Esse é um dos mercados prioritários do grupo", diz o executivo Luís Paschoal.

Apesar dos negócios em alta, os bolivianos representam 52% das vítimas de trabalho escravo e tráfico de pessoas no país, segundo o Ministério Público do Trabalho.



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