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Encomendas do varejo para o Natal têm ritmo fraco

Veículo: R7

Seção: Hoje em dia

Diante da queda do faturamento e das expectativas nada animadoras para 2015, empresários já temem que a crise possa estragar também as festas de fim de ano. A preocupação ganhou força após a divulgação pelo IBGE da Pesquisa Mensal do Comércio, que apontou recuo das vendas no varejo pelo sexto mês consecutivo no país, o pior resultado para o mês de julho desde o início da série história, em 2000.

Na comparação com junho, a retração foi de 1%, com queda em 20 das 27 unidades da federação. Em relação ao mesmo mês de 2014, a retração foi ainda maior, de 3,5%. No ano, as vendas acumulam queda de 2,4% – pior resultado desde março de 2003. Nos últimos 12 meses, o índice acumula queda de 1%.

Em Minas, nos últimos 12 meses, o varejo amarga queda de 0,1%. No acumulado do ano, porém, o indicador despencou 1,7%.

“As dificuldades não são de agora e a queda é generalizada. Não há como reverter o quadro. E nada indica que o Natal deste ano irá salvar ou ser melhor que em 2014”, afirma o analista do IBGE em Belo Horizonte, Antonio Braz.

Presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Sul de Minas, Ary Novaes diz que está tudo parado. “Com medo do futuro, ninguém está gastando dinheiro. Em Monte Sião e Jacutinga, onde famílias inteiras tiram o sustento da atividade, a situação é muito complicada”, lamentou.

Segundo ele, nem Papai Noel deve salvar o ano. “A indefinição política e econômica contribui para criar um clima de insegurança. O aspecto psicológico também atrapalha muito”, disse.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Rafael Cervone, dificilmente o setor têxtil escapará de uma queda de 10% em 2015. No vestuário, o recuo deve ser de 12%. Mais de 100 mil empregados devem perder o emprego. “Todo dia é uma bordoada diferente. O ambiente de negócios está hostil à indústria e ao comércio”, afirmou.

Segundo dados do IBGE, as vendas de têxtil, vestuário e calçados acumulam baixa de 4,3% só neste ano, em Minas. Em setores como móveis e eletrônicos, o recuo passa dos 11%. Já o item equipamentos e materiais para escritório e informática despencou 21,3%.

Para os próximos meses, a tendência é de repetição do cenário desaquecido visto nos últimos meses. Os empresários acreditam que, sem sinais de recuperação da economia, os consumidores devem continuar cautelosos.

Desempenho dos lojistas de BH em 2015 foi o pior desde 2007

O comércio varejista da capital despencou 3,13% no primeiro semestre deste ano, ante igual período de 2014.

De acordo com o termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), é o pior resultado desde o início da série histórica em 2007, nesta mesma base de comparação.

Para o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, o recuo é resultado da menor atividade do cenário macro-econômico. Com o aumento no custo de vida, os consumidores são obrigados a pensar várias vezes antes de colocar a mão no bolso e gastar.

“A desaceleração da economia aliada a juros elevados, aumento do índice de desocupação e redução da renda real têm contribuído para a queda nas vendas”, disse.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas no mês de julho caíram 2,3%. Quando comparado a junho, o comércio em julho apresentou tímido crescimento, de apenas 0,22%.

Segundo o presidente da CDL-BH, apesar de o mês de junho contar com a comemoração do Dia dos Namorados, o que em tese poderia favorecer as vendas, o mês contou com menos dias úteis.

No acumulado dos últimos 12 meses, o varejo de Belo Horizonte apresentou queda de 2,07% nas vendas. “Com orçamento já comprometido com os custos básicos, a população está com menos renda livre para consumo”, lamentou Falci.

5,7% foi a queda acumulada no ano, em Minas, no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção



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