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Dólar cai com atuação mais intensa do Banco Central no câmbio; Bolsa sobe

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado

A atuação mais intensa do Banco Central no câmbio influencia a queda do dólar nesta terça-feira (8), depois de a moeda americana ter subido mais de 7% na semana passada e ultrapassado R$ 3,85.

Às 11h35 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,86%, para R$ 3,803 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 1,42%, para R$ 3,804.

Diante da escalada recente do dólar, o BC anunciou para esta terça-feira um leilão de empréstimos de US$ 3 bilhões das reservas internacionais. Na segunda (7), o mercado esteve fechado por causa do feriado de Independência.

A instituição já vem atuando diariamente no mercado por meio da renegociação de contratos de câmbio (swap cambial) para suprir parte da demanda por moeda estrangeira. Mas isso não impediu que o dólar acumulasse alta de mais de 40% neste ano, até agora.

O valor do novo empréstimo será dividido em dois leilões que serão realizados entre 15h30 e 15h55 (de Brasília), nesta terça. O montante negociado na primeira operação ficará emprestado até 4 de novembro. Os negócios fechados na segunda etapa terão vencimento em 2 de dezembro.

Nessas datas, os dólares são recomprados pelo BC e voltam para as reservas, que estão atualmente em US$ 370,3 bilhões.

Segundo operadores, a presença mais atuante do BC no mercado é positiva, pois visa reduzir a volatilidade da moeda americana, embora não impeça sua valorização.

Na semana passada, da Nomura Securities e o banco americano JP Morgan elevaram suas projeções para o dólar, prevendo que a divisa encerrará o ano a R$ 4 e R$ 4,10, respectivamente. As projeções anteriores eram de R$ 3,40 e R$ 3,55.

Os juros futuros acompanham o alívio do dólar e operam em queda –ainda que ainda estejam em patamares considerados bastante elevados, compatíveis com um cenário de muitas incertezas.

O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2017 era negociado a 14,86%, ante 15,04% no fechamento da sexta-feira. Já o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 14,76%, ante 15,01% na sessão anterior.

FISCAL

A preocupação com as contas públicas brasileiras deve continuar pressionando o dólar para cima, segundo analistas, mas agradou ao mercado a fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o tema, durante a reunião do G-20 na Turquia, no último final de semana. Levy reforçou que a meta fiscal para 2016 será de um superavit primário de 0,7% do PIB.

O ministro previu à Folha, no entanto, ser difícil haver queda de juros e de inflação no começo de 2016 no Brasil caso os entraves fiscais não sejam corrigidos imediatamente. "Se a gente não fizer isso, tudo vai ficar mais difícil", disse à reportagem durante visita a Madri.

NO AZUL

Na Bolsa, o principal índice de ações da BM&FBovespa opera no azul, acompanhando o bom humor nos mercados acionários internacionais.

Às 11h35, o Ibovespa subia 1,32%, para 47.112 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,2 bilhão. No mesmo horário, os índices de Nova York ganhavam mais de 1%, assim como as Bolsas europeias.

Há expectativas de que, após fraca leitura dos mais recentes dados sobre o comércio exterior da China, o BC chinês injete mais estímulos para a recuperação da segunda maior economia do mundo –e principal parceiro comercial do Brasil.

O dia marca a estreia da nova carteira teórica do Ibovespa que irá vigorar até 30 de dezembro e que traz entre as novidades os papéis de Raia Drogasil e Equatorial Energia. Ambos subiam às 11h35. O primeiro tinha ganho de 1,93%, para R$ 39,05, enquanto o segundo mostrava valorização de 0,28%, a R$ 32,79.

As ações preferenciais (mais negociadas e sem direito a voto) de Petrobras e Vale também ajudavam a sustentar o ganho do Ibovespa, com altas de 2,58% e 3,73%, nesta ordem. O mesmo ocorria com os papéis do setor bancário, segmento com maior peso dentro do índice, com Itaú, Bradesco e Banco do Brasil ganhando mais de 1%.

Em sentido oposto, as ações da CCR lideravam as perdas do Ibovespa, com queda de 5,84%, para R$ 13,23 cada uma. Os papéis da EcoRodovias vinham logo em seguida, com perda de 5,63%, a R$ 6,03.

Uma decisão da Justiça antecipou o fim da concessão do sistema Anhanguera-Bandeirantes para 2018 e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) cogita uma nova licitação que pode baixar o valor do pedágio.



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