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Barbosa diz que Brasil deve aumentar produtividade do trabalho

Veículo: Valor

Seção: Economia

BRASÍLIA -­ O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendeu nesta quinta­feira medidas para aumentar a produtividade do trabalho no país. Segundo ele, a melhoria deve acontecer por meio do acesso à educação, do aumento na taxa de investimentos e da inovação. “A base do desenvolvimento econômico é o aumento da produtividade. Com isso, os trabalhadores podem ter salários mais elevados sem pressionar a inflação. Empresas podem ter lucros maiores sem pressionar a inflação. E o governo pode ter arrecadação maior sem aumentar impostos”, afirmou.

De acordo com o ministro, o investimento em infraestrutura e em máquinas e equipamentos é uma das principais maneiras para aumentar a produtividade. “A nossa taxa de investimento já chegou a 20% anos atrás, e hoje caiu por causa do ciclo econômico. Estamos trabalhando para aumentar isso. Em máquinas e equipamentos e, sobretudo, em infraestrutura, onde há uma grande carência de capital no Brasil”, disse. Ele também acredita que o aumento da produtividade pode ocorrer por meio de medidas legislativas para simplificação do sistema tributário. “É muito importante aumentar a produtividade por meio de reformas institucionais. Simplificar a estrutura tributária brasileira por meio de medidas legislativas, seja no âmbito estadual como no federal, equivale a construir uma ferrovia. Vai fazer com que empresas gastem menos horas para o sistema tributário. É uma área em que podemos avançar e estamos trabalhando para isso com o Congresso Nacional”, disse. Conversão Barbosa fez uma defesa do papel do Estado na redução das desigualdades no país e afirmou que, segundo estimativas do governo, o ideal seria que o país alcançasse um resultado fiscal que represente 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O governo enviou nesta semana o projeto da lei orçamentária de 2016 que prevê um déficit primário de 0,5% do PIB. “Temos que ter um resultado fiscal consistente com a dívida pública. Isso envolve vários esforços do lado da receita e das despesas. Um exemplo que gosto de dar é que hoje, segundo nossas estimativas, o Brasil precisa convergir para um resultado fiscal primário para 2% do PIB. Hoje temos um déficit primário. Nós precisamos convergir para os 2% para manter estabilidade fiscal em condições normais de taxa de juros e taxas de crescimento”, afirmou.

Apesar de ter defendido os 2%, o governo enviou ao Congresso um Orçamento deficitário para 2016. “No dia a dia de qualquer empresa, de qualquer governo, sempre se deve adequar seu orçamento à situação econômica”, disse. “É preciso adequar constantemente a estrutura de receitas e despesas para a estabilidade fiscal. É uma missão de qualquer governo, não importa a orientação política”, afirmou. Serviços públicos Para o ministro, “direita e esquerda” concordam que o governo deve promover a estabilidade econômica, que deve ser consistente com a estabilidade fiscal e da inflação. “É um dever de qualquer governo e pode ser atingido com várias estruturas de Estado”.

Barbosa também defendeu os aumentos reais do salário mínimos nos últimos anos e disse que tal política deve ser mantida. Para ele, o próximo passado é melhorar os serviços públicos. “A inclusão social deve se dar também por meio da oferta de serviços públicos de qualidade. Educação, saúde, segurança, transporte público. São essas formas de inclusão social que precisam avançar mais”. Segundo o ministro, aumentar a oferta de serviços é um desafio maior porque demanda mais dinheiro que a transferência de renda. “Envolve recursos fiscais e uma grande coordenação entres governos federal, estaduais e municipais”, diz.



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