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Setor têxtil já acumula mais de 10 mil demissões nos primeiros sete meses do ano

Veículo: Monitor Digital

Seção: Notícias

Levantamento do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP) apurou os números do setor têxtil e de confecção paulista coletados durante os sete primeiros meses deste ano (janeiro a julho). No que diz respeito a empregos, o setor têxtil e de confecção paulista já acumula 10.119 demissões, nos primeiros sete meses de 2015, contra 2.080 empregos gerados no mesmo período de 2014. O saldo de postos de trabalho em julho foi negativo em 3.196, contra 1.044 negativos em igual mês do ano passado. Somente em Americana (SP), nos primeiros sete meses do ano foram perdidos mil empregos no setor têxtil e de confecção.

As importações de têxteis e confeccionados no Estado de São Paulo, no acumulado entre janeiro e julho deste ano, diminuíram 5% em valor (US$), passando de US$ 1,25 bilhão para US$ 1,19 bilhão. Já as exportações caíram 15,76%, passando de US$ 227 milhões para US$ 191 milhões. O déficit na balança comercial foi de 2,61% menor em relação ao mesmo período de 2014 (dados sem fibra de algodão). Somente as importações de vestuário, nos primeiros sete meses de 2015, cresceram 4,38% em valor, se comparado com o mesmo período de 2014. Em toneladas, essa variação foi de 8,18%.

De janeiro a junho deste ano, na comparação com igual período de 2014, a produção física do segmento têxtil do Estado de São Paulo teve queda de 9,7% e a do vestuário, de 14,5%. A indústria de transformação como um todo apresentou recuo de 8,7%. Já no comparativo entre junho de 2015 e junho de 2014, o setor têxtil apresentou queda de 11% e o de vestuário teve queda de 8,6% em sua produção.

Quanto à importação de máquinas e equipamentos no Estado de São Paulo, no primeiro semestre de 2015, houve queda de 22,5% em relação ao mesmo período de 2014. O montante recuou de US$ 155 milhões, em 2014, para US$ 120 milhões, em 2015.

No acumulado de janeiro a junho de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, o volume de vendas caiu 5,2% e a receita nominal, 2,7%. No comparativo entre junho de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve redução de 6,1% em volume de vendas e de 2,6% na receita nominal.

 

RS: metalúrgicos conquistam suspensão de demissões da Valeo

Insatisfeita com a maneira que mais de 90 trabalhadores foram demitidos pela empresa Valeo, de Gravataí (RS), a assessoria jurídica do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) obteve liminar de suspensão dos desligamentos e conseguiu uma importante vitória a favor dos metalúrgicos. De acordo com o diretor jurídico do Sinmgra, Edson Dorneles, a empresa está sendo questionada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e deverá compensar os funcionários.

- Buscamos uma mesa de conciliação, uma compensação para os trabalhadores. Estamos cientes de que a empresa fechou e provavelmente não teríamos como recolocar os funcionários. Conseguimos na justiça a suspensão das demissões e o aviso prévio perdeu o efeito. A empresa vai ter que explicar os motivos para ter tomado esta medida, que traz impactos sociais bastante grandes. Existe um prejuízo muito grande aos trabalhadores e à comunidade. Estamos falando de renda, de empresa e de um momento de crise - destaca Edson Dorneles.

Segundo o sindicalista, reuniões entre a empresa, o sindicato e o TRT ocorrem para encontrar uma solução para o problema, sem que os trabalhadores sejam prejudicados. A expectativa do Sinmgra é conquistar medidas compensatórias. 

O anúncio de demissão da última semana incluía o desligamento de todos os colaboradores da área administrativa e de chão de fábrica. O motivo apontado por eles é a crise e redução nas vendas. A Valeo Sistemas Automotivos é uma multinacional francesa fundada em 1923 com atuação na área automotiva, fabricante de peças como faróis, aparelhos de ar-condicionado automotivo, limpadores de para-brisas, radiadores e motores de partida, tendo como clientes grandes montadoras. 

 

Em Caxias do Sul, comércio recupera fôlego e apresenta crescimento em relação a junho

Após vários meses de resultados negativos, o comércio em julho recuperou o fôlego e apresentou um crescimento de 9,81%, mas somente em relação a junho deste ano. O setor ainda não teve forças para superar o desempenho de julho de 2014, apresentando uma queda de 28,73% nesta comparação.

O setor de materiais de construção vem se destacando e mostrando pujança no desempenho de vendas. Em junho, o setor apresentou um crescimento de 19,21% em relação ao mês anterior, e 22% no comparativo com julho do ano passado. No ramo duro, a exceção dos segmentos de eletrodomésticos, móveis e bazar (-18,85%) e o de implementos agrícolas (-11,92%), os demais registraram crescimento positivo em relação ao mês de junho de 2015.

- Quando a comparação do ramo duro é com julho de 2014, o movimento é inverso, à exceção do segmento de materiais de construção, os demais tiveram um crescimento negativo - explica Maria Carolina Gullo, assessora de Economia e Estatística da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul.

No ramo mole, na comparação com junho, apenas o segmento de vestuário, calçados e tecidos registrou crescimento negativo (-9,25%), ficando os demais segmentos com crescimento positivo. Destaque para produtos químicos que registrou 100% de crescimento em relação a junho.

- O segmento de produtos químicos também vem apresentando bons resultados, com desempenho positivo inclusive no comparativo com o ano passado, de 132,55% - reforça.

Em relação aos empregos, no mês de julho registrou-se positivo apenas nos setores da administração pública e na agropecuária. No ano, vários setores apresentam saldo negativo. A indústria de transformação registra 4.838 vagas a menos, o comércio 595 e serviços 38. Por outro lado, a construção civil registra saldo positivo no ano de 275 vagas. Já no acumulado de 12 meses, o destaque negativo é a indústria de transformação que acumula o maior saldo negativo: 9.178. O comércio acumula saldo negativo de 678 e serviços 427.

- No mercado de trabalho os números revelam aquilo que se tem observado na prática. Há um encolhimento das vagas de trabalho, fruto do momento de recessão que estamos atravessando. A indústria de transformação lidera o saldo negativo de vagas, mas comércio e serviços, que tradicionalmente, absorvem parte deste exército de reserva da indústria, não está conseguindo neste ano e também acumula saldos negativos bastante significativos - explica Maria Carolina.

Segundo a economista, a combinação de aumento de desemprego com desempenho fraco na economia traz como resultado o aumento da inadimplência e isto está devidamente registrado pelos números apresentados pelo sistema SPC-Serasa.

- Os prognósticos futuros não são muito animadores, com a crise econômica que está passando o Estado do Rio Grande do Sul, onde os servidores públicos estão recebendo seus salários parcelados, o impacto sobre o setor econômico, serviços, comércio e indústria, nesta ordem, devem piorar.

Maria Carolina acredita que em nível nacional, os ajustes fiscais propostos até agora não surtiram o efeito desejado, a crise política se intensifica e não há um consenso entre os poderes executivo, legislativo e judiciário para colocar o país de volta nos trilhos. Some-se a isso a disparada do dólar que deve impactar sobre os custos de produção dos que ainda estão conseguindo driblar a crise e o cenário fica mais pessimista.

- O mercado neste momento espera por uma sinalização do governo por um ajuste mais drástico que pode passar pelo corte com ministérios e cargos de confiança em nível federal. A queda na arrecadação federal impacta sobre setores como o de saúde, educação e segurança, essenciais para a manutenção da ordem na sociedade brasileira - diz ela.

Já no Rio Grande do Sul, a economista acredita que a situação é mais grave e de curtíssimo prazo.

- Não adianta apenas cortar gastos mas sim mexer na estrutura de Estado, algo que leva tempo e precisa de apoio político. O pacote de aumento de impostos proposto pelo Governo Sartori só faz piorar a competitividade da economia gaúcha e caxiense, e é um remédio adotado por todos os governos, mesmo que eles afirmem em campanha que não irão fazer, portanto vamos assistir a mais um governo que não sabe o que fazer para resolver o problema gaúcho - afirma.

Apesar de o momento ser de cautela, Maria Carolina acredita que o caminho é reinventar-se.

- É preciso registrar também que tem segmentos que estão encontrando uma brecha na crise e estão sobrevivendo. Por isso, me parece que o caminho é se reinventar, diversificar o portfólio de produtos e encontrar o nicho de mercado que levará para fora da atual crise - sugere.

Nas consultas realizadas pelos lojistas junto ao SPC, nota-se que houve aumento em relação a junho (1,15%) e uma queda (10,68%) em relação a julho do ano passado. Em relação as consultas realizadas junto aos SPC pelos consumidores tem-se que estas aumentaram em relação a junho (1,32%), mas diminuíram (19,3%) em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos registros de novos débitos houve uma queda no número de cheques incluídos (16,45%) em relação ao mesmo período do ano passado e um aumento das exclusões (3,49%) para este mesmo período. Em relação a junho, também houve diminuição (33,25%) nos cheques incluídos e diminuição (27,25%) nas exclusões.

Registrou-se diminuição na inclusão de novos débitos no SPC tanto em relação a junho (6,35%) quanto a julho do ano passado (27,63%). Já as exclusões diminuíram (5,17%) em relação ao ano anterior e aumentaram (3,49%) em relação a junho deste ano.

- Por estes movimentos houve aumento na inclusão de novos CPFs na base para os dois períodos (junho de 2015 e de 2014) - comenta a assessora da CDL Caxias.



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