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Marisol reduz importação de vestuário da China

Veículo: Valor

Seção: Economia

As incertezas sobre o comportamento do câmbio em 2015 fizeram com que a fabricante e varejista de vestuário e calçados Marisol se antecipasse à forte desvalorização do real ainda no ano passado. Com duas fábricas em Jaraguá do Sul (RS) e Pacatuba (CE), a detentora das franquias Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre ­ e, desde maio deste ano, de uma rede de franquias da marca Marisol ­, decidiu reduzir as importações de roupas chinesas e de países do Sudeste Asiático, aumentar a produção local e, quando necessário, elevar as encomendas a fornecedores brasileiros.

Até o início de 2014, 70% da produção de vestuário estava concentrada no Brasil e 30% no exterior ­ a produção calçadista é 100% concentrada no Brasil. Na metade daquele ano, com o real já em forte processo de desvalorização, a relação mudou para 75% e 25%, respectivamente. "Nosso conhecimento de como operar na indústria, aliada a uma estrutura fabril grande, permite que em situações como a atual façamos essas migrações, diferentemente de empresas sem base fabril que dependem exclusivamente de compras de terceiros e que ficam reféns do mercado externo", diz o diretor comercial e de varejo da Marisol, Luis Delfim.

O ciclo de negócios da Marisol é pautado no lançamento de cinco coleções anualmente. Doze meses antes da entrada em vigor de cada ciclo, é feita uma reavaliação de como será composto o mix, considerando os importados e a produção local. "A coleção de verão, lançada na semana passada, foi baseada em uma decisão tomada há um ano. Não sabíamos se o dólar estaria cotado a R$ 3 ou R$ 3,40, mas era previsto que haveria desvalorização e decidimos reduzir as importações. Agora, olhamos os próximos 12 meses e já discutimos uma relação de produção local versus importados que pode ser de 80% e 20%. Devemos reduzir ainda mais as importações", diz Delfim.

Outra empresa que busca a redução de custos e a menor independência dos importados é a 5àsec. Com 438 lavanderias no Brasil, o maior número de unidades da marca no mundo, a franquia negociou com a matriz e conseguiu uma autorização inédita para buscar no mercado nacional fornecedores homologados dos insumos utilizados na limpeza das roupas, que até então eram 100% importados. "Não há alternativas. Ou nacionalizamos parte dos insumos ou ficamos suscetíveis às oscilações de câmbio", diz Juarez Leão, que desde maio é um dos quatro executivos à frente de uma plataforma de gestão compartilhada que administra a rede no Brasil. Recentemente, o braço brasileiro da rede francesa contratou suporte técnico para desenvolver os fornecedores no Brasil. O planejamento prevê a homologação de 30 fornecedores locais e a "nacionalização" de 60% dos insumos adquiridos pela rede até o final de 2015, um porcentual que deve chegar a 80% no final do próximo ano. "Podemos até mesmo caminhar para um modelo de insumos 100% nacionalizados", diz.



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