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Inflação em 12 meses atingirá pico neste trimestre, diz Tombini

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO ­- O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que a inflação em 12 meses deve chegar ao pico neste trimestre, para depois entrar em uma trajetória de queda. Segundo ele, os ajustes de preços relativos na economia brasileira têm colocado importantes desafios à política monetária. "A política monetária pode, deve e está contendo os efeitos decorrentes desses ajustes", reiterou Tombini Ele praticamente repetiu o tom da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em apresentação no no “X Seminário Anual sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária”.

Ele citou que, anteriormente, a mediana das expectativas de inflação para o intervalo 2017 a 2019 estava bem acima de 4,5%. "Agora está mais próximo e as expectativas para 2016 também recuaram." Por isso, disse, a manutenção do juro por um período suficientemente prolongado é necessária para a convergência da inflação à meta de 4,5% no fim de 2016. Os riscos remanescentes, completou Tombini, são condizentes com o efeito defasado da política monetária. "Por isso é preciso se manter vigilante". Ajuste fiscal Tombini admitiu que o processo de recuperação fiscal no Brasil ocorre em velocidade inferior àquela incialmente prevista. No entanto, destacou que a direção permanece a mesma. Segundo ele, a agenda fiscal “tem enfrentado desafios”.

Tombini falou e reiterou que a geração de superávits primários que fortaleça o balanço do setor público é fundamental para o crescimento sustentado. Segundo Tombini, o conjunto de medidas que passa por redução de subsídios, ajuste de tarifas e aumento de impostos regulatórios é necessária para fortalecer os fundamentos da economia. Mas, para a construção de um futuro mais próspero, o país tem de enfrentar gargalos de produtividade e aumento da oferta. Desafios para emergentes Tombini lembrou também que as economias emergentes sofrem com a piora nos termos de troca e a possibilidade de alta de juros nos Estados Unidos. Segundo ele, a melhor resposta para esse contexto desafiador é usar a “receita padrão”, com o tripé formado por câmbio flutuante, política fiscal responsável e política monetária no regime de metas de inflação.

Ainda sobre o mercado externo, Tombini afirmou que a discussão sobre a alta de juros nos EUA “ganha intensidade”, com aumento nas avaliações de que o processo pode começar em “horizonte relativamente curto”. Ainda assim, a normalização prossegue de forma ordenada e bem comunicada. “Esse processo é complexo e é natural que venha acompanhado de certa dose de volatilidade”, disse. Sobre a China, Tombini disse que o processo de reorientação da atividade continua, mas “com desafios” como o processo de ajuste da política cambial realizado nesta semana e maior volatilidade nos ativos.

Na Europa, Tombini apontou que a atuação do Banco Central Europeu (BCE) via compra de ativos, aliado à queda do petróleo e do euro, continua contribuindo para um aumento da atividade e para afastar o risco de deflação.

(Eduardo Campos e Simone Cavalcanti | Valor)



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