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Emprego na indústria recua pelo quinto mês consecutivo

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado 

O emprego na indústria recuou em maio, pelo quinto mês consecutivo, afetado pelo menor ritmo de produção do setor nos últimos meses e pela baixa confiança dos empresários.

O pessoal ocupado na indústria caiu 1% em maio na comparação com abril, série livre de efeitos sazonais (como o número de dias úteis), informou o IBGE nesta sexta-feira (17).

O emprego no setor não tinha queda nesta velocidade desde janeiro de 2009 (-1,3%), quando ainda sofria os efeitos da crise financeira internacional, iniciada no mercado hipotecário americano.

Quando comparado a maio do ano passado, o pessoal ocupado na indústria encolheu em 5,8%. Trata-se do 44º resultado negativo consecutivo e da queda mais intensa desde setembro de 2009 (-6,1%).

O índice acumulado nos últimos 12 meses apresentou, assim, uma perda de 4,4%, mantendo a trajetória de baixa iniciada em setembro de 2013.

Para essa pesquisa, realizada diretamente com as empresas, o IBGE não divulga números absolutos de empregos.

SETORES

Além de intensas, as perdas são generalizadas: 17 dos 18 ramos da indústria pesquisados tiveram perdas em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Segundo a ordem de influência de cada ramo na média global da indústria, os destaques negativos do emprego vieram dos ramos de transporte (-11%), alimentos e bebidas (-3,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,9%) e produtos de metal (-10,6%).

Também tiveram forte queda máquinas e equipamentos (-7,2%), vestuário (-7,5%), outros produtos da indústria de transformação (-9,6%), calçados e couro (-7,6%), metalurgia básica (-6,6%) e papel e gráfica (-3,3%).

O único ramo da indústria com avanço no emprego em maio foi o de produtos químicos. O crescimento, no entanto, foi de apenas 0,2%, considerado praticamente estabilidade.

A pesquisa não informa mais o desempenho por região.

RENDA

Os indicadores da indústria continuam apontando enfraquecimento do emprego no setor pela frente.

O número de horas pagas teve queda de 1,3% em maio, na comparação com o mês imediatamente anterior.

Foi o recuo mais intenso desde janeiro de 2009 (-1,5) e a terceira taxa negativa consecutiva, acumulando nos três meses uma perda de 2,8%.

Esse dado é considerado um indicador antecedente porque os empresários, antes de contratarem, ampliam primeiro as horas extras. Menos horas pagas indicam baixa demanda por mais trabalho.

Já a folha de pagamento real dos trabalhadores na indústria, ajustado sazonalmente, teve forte queda de 3,7% na passagem de abril para maio.



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