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Comércio tem retração de 4,5% em maio, a maior desde 2003

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Mercado

As vendas do comércio surpreenderam negativamente e tiveram queda de 4,5% em maio comparado com o mesmo mês de 2014.

É a maior retração para esse tipo de análise desde agosto de 2003 (-5,7%). Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (14) pelo IBGE.

Na passagem de abril para maio, a queda foi de 0,9% na série livre de efeitos típicos de cada período (como o número de dias úteis) —o quarto mês consecutivo de retração. Com isso, o comércio teve queda de 0,5% em um período de 12 meses.

É a primeira vez em que se observa uma variação negativa para 12 meses desde o período terminado em março de 2004 (-0,6%).

Os valores surpreenderam. A expectativa da agência internacional Bloomberg era de queda de 0,3% em abril comparado com maio e de 3,07% na comparação entre maio de 2015 e o mesmo mês do ano anterior.

Quando considerados todos os meses já transcorridos de 2015, a queda foi de 2%.

"O ano começou como terminou, com menor consumo das famílias, afetada pela menor renda", disse Juliana Vasconcellos, gerente de Serviços e Comércio do IBGE.

A retração do comércio ocorre após um longo ciclo de expansão desde 2004, sustentado sobretudo pelo aumento da renda dos trabalhadores e da oferta de crédito.

Neste ano, o comércio passa por uma intensa desaceleração, afetado pelo menor ritmo da economia, a queda do emprego e renda, crédito mais restrito e inflação em alta.

SETORES

Sete das dez atividades acompanhadas pelo IBGE tiveram queda na passagem de abril para maio. Entre os destaques estão móveis e eletrodomésticos (-2,1%).

As vendas de móveis e eletrodomésticos têm sido afetadas pela redução da renda da população, além da retirada de incentivos fiscais e um fraco Dia das Mães em 2015.

O setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, um dos mais importantes da pesquisa, recuou 1,1% de abril para maio.

Artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos e de perfumaria recuaram 0,4%. Esse grupo vinha resistindo às perdas do varejo.

AMPLIADO

O IBGE também calcula as vendas do varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e materiais de construção.

O varejo ampliado apresentou queda de 1,8% na passagem de abril para maio, na série com ajuste sazonal.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, o varejo ampliado recuou 4,12%.

As vendas de automóveis encolheram 4,6% de abril para maio, período marcado por pátios cheios nas montadoras e férias coletivas.

Já as vendas de materiais de construção encolheram 3,8% na passagem dos dois meses e 11,3% em maio na comparação ao mesmo mês do ano passado. 



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