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Saída da Grécia do euro afetaria crescimento no Brasil, diz INVX

Veículo: Valor

Seção: Economia

SÃO PAULO ­ - A saída da Grécia da zona do euro pode, em última instância, ter impacto no crescimento da economia brasileira. A avalição é do economista­chefe da gestora de recursos INVX Global, Eduardo Velho. Segundo ele, o caminho começa no dólar, que reagiria em alta à notícia, com aumento de aversão a risco, e provocaria um impacto na inflação. Com isso, cresceria a necessidade de se manter as taxas de juros brasileiras mais altas, por mais tempo.

Velho acredita, no entanto, que esse acontecimento não é o mais provável e essa possibilidade não está sendo considerada pelos mercados nesta terça­feira. Apesar de a Grécia ter até as 19 horas (de Brasília) de hoje para pagar cerca de 1,6 bilhão de euros em dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), as bolsas dos Estados Unidos e o Ibovespa sobem, se recuperando das perdas de ontem.

Nesta data, também vence a parte dos bônus europeus do atual programa de resgate de 245 bilhões de euros, caso não haja um acordo entre Atenas e seus credores. O Ibovespa subia 0,37% às 11h33, pressionado pela Vale, que cai com o preço do minério de ferro. Para Velho, os mercados aguardam uma solução para o problema, com aprovação das medidas restritivas pelo referendo popular grego convocado para esse fim de semana. “Se a população aprovar as medidas, teríamos a saída de Alexis Tsipras e, talvez, a entrada de um político de centro”, afirma.

Dentro da aparente calma do mercado, diz, também está a visão de que o impacto econômico da saída da Grécia da zona do Euro seria reduzido, dado o tamanho de sua própria economia e o fato de a maior parte de sua dívida estar com bancos estatais e com o Banco Central Europeu. A exposição direta de bancos europeus à Grécia é de apenas 0,2% dos ativos. Mas as bolsas emergentes e de economias endividadas, como Portugal, Espanha e Itália, sentiriam maior aversão a risco nos primeiros dias. Outro fator que ajuda a Bovespa hoje, diz, é a China. Do lado positivo para o Brasil, a bolsa de Xangai subiu 5,5%, movida por rumores de que o país está considerando reduzir o imposto de selo sobre a compra de ações.



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