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Indústria cresce no mundo, mas cai no Brasil, mostra estudo

Veículo: Valor

Seção: Economia

Com retração mais forte entre todos os países em desenvolvimento e da América Latina, a indústria de transformação brasileira se descolou do desempenho global do setor no começo de 2015. Segundo relatório divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, na sigla em inglês), a produção manufatureira em todo o mundo aumentou 2,8% no primeiro trimestre, em relação a igual período de 2014.

Na mesma comparação, a atividade industrial no Brasil caiu 8%. O tombo na produção nacional foi a principal influência negativa sobre a indústria de transformação latinoamericana, que encolheu 2,1% de janeiro a março. Já a produção na média das economias industriais emergentes e em desenvolvimento subiu 5,3% no primeiro trimestre, puxada especialmente pela China. "O Brasil está enfrentando inflação alta, queda no consumo doméstico privado e uma perda no mercado internacional, atribuída em parte à desaceleração no crescimento da China, que tem sido um destino­chave para as exportações brasileiras", avaliou o órgão da ONU.

Também contribuíram negativamente para a indústria na América Latina a Argentina e o Peru, onde a produção diminuiu 1,5% e 4,2% nos primeiros três meses de 2015, respectivamente. Por outro lado, o cenário para economias emergentes e em desenvolvimento na Ásia parece bem melhor, de acordo com a Unido, que menciona o avanço de 3,6% na produção industrial da Índia, de 5% na Indonésia e de 9% no Vietnã, sempre no acumulado de janeiro a março, na comparação com os mesmos meses do ano passado.

A China elevou sua atividade industrial em 7,2% no período, mas a entidade da ONU destaca que essa variação é a mais fraca em uma década. Para a Unido, o principal motivo da perda de fôlego está no crescimento mais baixo das economias desenvolvidas, o que reduziu a demanda por bens industrializados chineses. "Como a China é o principal mercado para a produção de economias emergentes e em desenvolvimento, sua desaceleração afeta negativamente outras economias emergentes." No grupo de economias industrializadas, a produção da indústria de transformação aumentou apenas 1,3% entre janeiro e março, com comportamento heterogêneo entre os continentes analisados pelo órgão da ONU.

Enquanto, na América do Norte, a alta foi de 3,7%, influenciada pelo avanço de 3,8% da indústria dos Estados Unidos, a atividade industrial na Europa subiu 1,2% e caiu 2% no leste da Ásia. Nesse último segmento, a Unido destaca os desempenhos negativos do Japão (­1,9%), Coreia do Sul (­4,2%) e Cingapura (­3%).

De modo geral, afirmou a Unido, a tendência de baixo crescimento da indústria mundial persistiu no começo de 2015 e o setor manufatureiro enfrenta riscos maiores no cenário atual, em função de fatores como a alta do dólar, a queda nas cotações de petróleo, incertezas geopolíticas na Europa e a perda de ritmo da economia chinesa.



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