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Produção de Vestuário deverá crescer 0,7% em 2015

Veículo: Costura Perfeita
Seção: Economia

A indústria da moda no mundo, assim como outros setores produtores de bens de consumo, vem se desenvolvendo de forma consistente nos últimos anos, o que, infelizmente, não tem se repetido no Brasil desde 2010, quando o PIB brasileiro registrou pela última vez uma expansão significativa.

O Iemi acaba de divulgar os resultados de seu Painel de Pesquisa Anual, no qual registrou uma nova queda na produção de vestuário no Brasil, em 2014, em relação ao ano anterior, com uma redução de 0,5% nos volumes fabricados, quando medidos em número de peças. Esse número não satisfaz a ninguém, mas ainda assim é melhor do que se esperava até então, com base em indicadores conjunturais como os apresentados pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (PIM), que previam quedas superiores a 3%.

Em termos nominais, o valor da produção em geral teve alta de 5,6%, o que é positivo para o segmento, mas ainda insuficiente para cobrir a variação média dos preços no país, que ficou em torno de 6,5% em 2014, segundo o IPCA (IBGE), que é o índice oficial adotado pelo governo.

Esses números fazem parte do Estudo do Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios, elaborado e recém-lançado pelo Iemi – Inteligência de Mercado para atender às necessidades de planejamento mercadológico das empresas que atuam nesse segmento.

O estudo mostra, entre muitos indicadores, que a evolução do setor não tem sido uniforme, quando se analisam as diferentes linhas de produtos de vestuário fabricadas no país. Roupas femininas, por exemplo, principal foco da produção brasileira de artigos de moda, apresentou uma queda levemente inferior à média geral do setor, com redução de apenas 0,2% no volume total de peças confeccionadas. Em receitas nominais, esse segmento movimentou nada menos que R$ 46,6 bilhões no acumulado do ano, a preços de fábrica, com destaque para a linha casual adulto.

A produção de roupas esportivas, por sua vez, mesmo em ano de Copa do Mundo, e com receitas de R$ 10 bilhões, frustrou o setor com um crescimento nominal de apenas 2,1% em relação ao ano anterior, bem inferior ao registrado pela linha de jeanswear, por exemplo, que avançou 4,7% no mesmo período (em valores nominais), alcançando R$ 8,1 bilhões.

As linhas de produto que apresentaram melhor desempenho no ano passado foram as de moda íntima e dormir, com avanço de 10,1% nas receitas geradas em valores nominais; a linha de moda praia, com 9,8%; e a de roupas profissionais e promocionais, com 9,6% (sempre em valores nominais, comparativamente aos resultados observados no ano anterior).

A participação dos artigos importados no suprimento do mercado interno, por sua vez, voltou a crescer e alcançou uma média de 13% do volume total em peças, quando considerado todo o mix de produtos e os diferentes canais de venda. Quando se analisa essa participação em valores, os importados se aproximaram de 20% do total do consumo interno, demonstrando que o que importa hoje, cada vez mais, são os produtos de maior valor agregado. Essa participação pode superar os 30% nos canais de varejo de grande superfície, como as lojas de departamento e os hipermercados, que são os maiores importadores do segmento, juntamente com as grandes indústrias e marcas do país, que importam para complementar seu mix de produtos.

Para 2015, porém, o cenário se mostra um pouco mais animador, com uma estimativa de crescimento de 0,7% para a produção nacional de vestuário em volumes de peças, favorecida pela desaceleração das importações e por um ano mais “fluido” no varejo, livre dos longos dias de vacância causados pela Copa do Mundo, quando os shoppings ficavam vazios e as lojas fechavam por causa dos jogos, além das manifestações que se espalharam pelo país antes do evento e pelas eleições gerais, entre outros acontecimentos que tiraram o foco dos brasileiros do consumo de artigos de moda.

É fato que não estamos falando de uma projeção de crescimento tão animadora assim, mas é certo que muitas empresas estarão atentas às oportunidades do mercado, sabendo que os brasileiros vão adquirir nada menos que 7,1 bilhões de peças de vestuário em 2015, independentemente dos pesados ajustes em andamento em nossa economia. Meno male!

 

. Indicadores setoriais

 

Excepcionalmente, nesta edição da coluna, em vez dos indicadores conjunturais, apresentamos em primeira mão aos leitores da revista os indicadores anuais da Produção e Consumo Interno de Vestuário, Meias e Acessórios no Brasil, já com as primeiras projeções estatísticas para o ano de 2015. Para maiores detalhes sobre esse mercado, consulte o site do Iemi (www.iemi.com.br).

 



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