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Estilistas discutem a onda sexy das passarelas e tapetes vermelhos

Veículo: Textile Industry
Seção: Economia

Sem medo de serem felizes, celebridades como Beyoncé, Jennifer Lopez, Natalie Portman e Natasha Poly desfilaram nos tapetes vermelhos de Cannes e Nova York, este mês, com (quase) tudo à mostra. Diante dos fotógrafos, elas exibiram cheias de si corpaços em forma, apropriando-se sem qualquer senão do poder de sedução da moda, com muitas pernas, colos e barrigas de fora.

— Gente, o que houve? Está faltando tecido? — brinca o estilista Carlos Tufvesson, coordenador do Conselho de Moda do Rio, e que surgiu nos anos 90 como o jovem estilista carioca dos vestidos sexy.

O exibicionismo tem seu lugar no tapete vermelho. Basta espiar Rita Ora com seu vestido branco Fausto Puglisi. Aparecer é preciso. As celebrities com suas superfendas, decotes e transparências roubaram assim a cena. Bombaram na cobertura online e nas redes sociais.

— Não gostei, no geral. Não acho que festa black tie tenha que ter tanta transparência — decreta Tufvesson. — Fenda até a altura da calcinha, jamais. E peito muito apertado, fazendo a camponesa, também não dá.

No entanto, mais que ferramenta de marketing, a onda sexy dos red carpets reafirma uma tendência das passarelas, que se mostra eficaz nas vendas e se contrapõe aos looks genderless e andróginos que andaram dominando as semanas de moda europeias nas últimas temporadas.

“TODA MULHER TEM O DESEJO DE SE SENTIR SEXY"

Capitaneada por designers como Anthony Vaccarello, Olivier Rousteing (Balmain) e David Koma (Mugler), a sensualidade surge repaginada com superfendas, decotes geométricos vertiginosos, recortes diagonais e excesso de transparência. Os elementos são modernizados e valorizam ainda mais o corpo com a técnica da alfaiataria e o uso de uma modelagem perfeita, que corrige e renova as proporções.

— Admiro o que nomes como Anthony Vaccarello estão fazendo, uma alfaiataria super sexy — comenta Costanza Pascolato, que tratou do tema em sua coluna na “Vogue”. — E no Brasil, o sexy é uma das nossas maiores características. A mulher quer seduzir e provocar o sexo oposto. Além disso, há uma afirmação do status ao exibir o corpo.

Por aqui, a Animale, assinada pelos estilista Vitorino Campos, apresentou looks monocromáticos com fendas, decotes sinuosos e recortes na cintura. Entusiasta da atitude e do visual sexy, Claudia Jatahy, vice-presidente de estilo da grife, também aposta na alfaiataria como contraponto à sensualidade óbvia para alcançar o equilíbrio.

— Acredito que toda mulher, não apenas a brasileira, tem o desejo de se sentir sexy. No Brasil, durante muito tempo, o estilo sexy teve uma carga de preconceito, a coisa da periguete. Mas acho que a moda começa a se apropriar disso com mais segurança, e o próprio consumidor está mais confiante de se mostrar sensual com elegância — opina Claudia. 

ESTILO VENDEDOR

O novo sexy agrada ao público (leia-se, consumidoras) e ganha repercussão nas redes sociais ao explorar e valorizar o corpo. Não à toa, Donatella Versace é nome certo nas festas e red carpets internacionais, com sua coleção couture Spring 2015, que apresentou uma fartura de fendas e decotes, que por ora chegam a impedir o uso de lingerie. Esta semana, em Cannes, o body preto com saia off white Atelier Versace usado por Natasha Poly foi um dos looks mais comentados (e fotografados).

— As grandes marcas internacionais entenderam que o sexy é vendedor, porque toca no inconsciente da consumidora, fazendo com que ela se sinta poderosa e atraente assim. As grifes vêm fazendo uso disso com mais propriedade, criando um cenário propício para essa estética, uma era da sensualidade assumida — diz Claudia.

A estilista Helô Rocha, da Têca, que desfilou na São Paulo Fashion Week uma coleção com vestidos românticos fluidos e transparentes usados com hot pants, concorda:

— O sexy vende, a gente não pode negar. A mulher gosta de se sentir feminina e sexy.



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