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Cursos de Moda apostam na prática para formar profissionais ligados a todo o processo de produção

Veículo: Zero Hora
Seção: Educação

Associar a moda ao glamour é fácil. O mais difícil é enxergar a dedicação, o estudo e a preparação de quem trabalha na área, uma das mais relacionadas à inovação e à chamada economia criativa.

Nos últimos 15 anos, a oferta da graduação (tecnológico e bacharelado) aumentou no Rio Grande do Sul — Feevale, Unisinos, Uniritter, Senac, Ulbra e ESPM-Sul, por exemplo, oferecem o curso. Em 1992, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) foi a primeira do Estado a ter a faculdade, entre as pioneiras do país. Para especialistas na área, o profissional de moda tem sido cada vez mais reconhecido e as exigência crescem na mesma proporção.

— As empresas pedem qualificação. A versatilidade é um destaque, pois o profissional precisa se envolver em diferentes etapas da produção — diz Camila Brum, coordenadora de Moda do bacharelado em Design da ESPM.

Os cursos da área são considerados interdisciplinares e exigem um aluno interessado em criar e em entender a moda como reflexo comportamental. Acompanhar as tendências e gostar de cultura também são características importantes para quem pretende voltar a carreira para o setor.

— É preciso ser uma pessoa atenta. Ver uma exposição de arte, por exemplo, e se inspirar para criar uma roupa — diz Emanuele Biolo Magnus, coordenadora do curso de Moda da Feevale, primeiro bacharelado no Estado.

Adriana Job Ferreira Conte, coordenadora do curso de tecnologia em Design de Moda da UCS, ressalta a necessidade de gostar de trabalhar em equipe:

— Aquela imagem do estilista isolado em seu ateliê não existe. O profissional da moda sempre trabalha em conjunto.

Na grade curricular, o mix de cadeiras teóricas e práticas aparece desde os primeiros semestres, mas os cursos dão ênfase ao fazer — principalmente os de tecnologia, mais curtos. Há cadeiras de história da arte e da indumentária e que abordam estilos e tendências. Os alunos ainda estudam a teoria das cores, as possíveis composições e os tipos de tecidos e fibras.

Há disciplinas em que fazem editoriais de moda ou desenvolvem uma coleção e conteúdos de economia, webdesign, marketing e ergonomia (proporções corporais e conforto).

— Os alunos aprendem aliando conceitos teóricos e experimentações. Não tem outro jeito — destaca Renata Fratton Noronha, coordenadora do curso de tecnologia em Design de Moda do Senac.


Alinhados com o mercado

O mercado da moda no Brasil, em vendas, é um dos maiores do mundo — o quinto de acordo com uma pesquisa da consultoria americana AT Kearney, de 2013. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção também mostram a força do setor: o faturamento ultrapassou os US$ 50 bilhões em 2014. O mercado é concorrido, mas a atuação do profissional não se restringe à figura do estilista.

Os profissionais estão aptos a trabalhar com coleções para empresas, organização de editoriais para publicações, assessoria e produção de desfiles, gerenciamento de equipes de criação, figurinos para cinema, novela e teatro, entre outros. A área também é fértil para empreender. Criar sua própria grife com trabalho autoral, abrir um ateliê, uma consultoria ou uma loja estão entre os objetivos de boa parte dos formados.

No terceiro semestre de Design de Moda na ESPM-Sul, Juliana Tanajura Herwig, 18 anos, tem esse plano.

— Quero ficar bem preparada para isso — diz.

Mito ou verdade?

Entre as principais dúvidas de quem quer entrar em um curso de Moda, está a necessidade de um conhecimento prévio. É preciso saber costurar? Se não sou bom em desenho, posso seguir na área? Os professores afirmam que essas questões assombram os alunos, mas não há motivo para pânico. A graduação tem cadeiras específicas que tratam das principais técnicas.

— Os alunos têm esse medo sem necessidade. Na faculdade, as habilidades são desenvolvidas ao longo do curso. Assim como a criatividade, que envolve prática — conta Emanuele Biolo Magnus, coordenadora do curso de Moda da Feevale.

A professora Camila Brum, da ESPM-Sul, acredita que alguns alunos contam com um dom, mas quem não tem pode desenvolvê-lo durante o curso.

— É uma ideia errada que ainda permanece. Há pessoas que vão ter mais facilidade porque têm talento natural, mas não é regra — avisa Camila.

O Rio Grande do Sul conta com 15 cursos específicos em todo o Estado, segundo o Ministério da Educação (MEC).

Há também linhas de formação dentro de outras graduações, como o Design de Moda da ESPM-Sul, que pertence ao curso de Design.

As opções são em instituições privadas, exceto as oferecidas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul).

Alguns cursos no país

Faculdade Santa Marcelina, de São Paulo, Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Para estudar no exterior

Istituto Maringoni, em Milão, na Itália, Fashion Institute of Technology, em Nova York.



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