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Dólar cai pelo 3º dia, e chega a R$ 3, por cenário externo

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

O dólar cai pelo terceiro dia seguido e atingiu R$ 3 –tanto na cotação à vista, referência no mercado financeiro, quanto na comercial, usada no comércio exterior– nesta quinta-feira (16), acompanhando a tendência da moeda no exterior.

A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 3 foi em 4 de março deste ano.

Um aumento inesperado dos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos e dados fracos do setor de serviços no Brasil afetam o mercado de câmbio.

Às 12h52, 22 das 24 principais moedas emergentes se valorizavam ante o dólar.

No Brasil, o dólar à vista tinha queda de 0,90%, para R$ 3,024, às 12h53. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caía 0,36%, para R$ 3,024.

Às 12h53, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha queda de 0,78%, para 54.492 pontos. Destaque para os papéis da Petrobras, que interrompem sequência de cinco altas e caem (leia abaixo).

EUA

O número de americanos que entraram com pedido de auxílio-desemprego surpreendeu os analistas e aumentou em 12 mil na semana até o último dia 11, para 294 mil, segundo dados ajustados sazonalmente (descontandas influências típicas de cada período, como o número de feriados) do Departamento do Trabalho do país.

"É mais um dado negativo. Desde o começo do ano, os dados de economia americana estão decepcionando. Mas, nos últimos anos, o primeiro trimestre tem sido fraco, em razão do inverno rigoroso. A tendência é que o mercado de trabalho e a economia americana como um todo se fortaleçam nos próximos trimestres", diz Fabio Lemos, analista da São Paulo Investments.

A melhoria do mercado de trabalho é uma das condições estabelecidas pelo banco central americano para elevar os juros no país.

Enquanto os juros nos EUA se mantiverem em patamares baixos, como o de hoje, investidores tendem a preferir manter dinheiro aplicado em países emergentes, com o Brasil, que oferecem taxa de remuneração maior.

Diante da perspectiva de mais entrada de dólares no Brasil, o preço da moeda cai em relação ao real.

SERVIÇOS

No Brasil, a receita do setor de serviços registrou o pior desempenho desde 2012, após crescer 0,8% –sem descontar a inflação– em fevereiro.

Para Lemos, da São Paulo Investments, o dado reforça a tendência de desaceleração do país. "Os fundamentos da economia brasileira estão começando a piorar agora. Há um cenário de inflação elevada, reajustes nas tarifas de energia elétrica que podem afetar o consumo, além de outros indicadores negativos na economia brasileira", afirma.

Na quarta-feira, a agência de classificação de risco Fitch afirmou que o país ainda precisa realizar uma "série de ajustes" para reequilibrar suas contas e reverter a queda na confiança dos investidores.

Segundo Rafael Guedes, diretor-executivo da agência no Brasil, as contas externas ainda são uma força do crédito soberano brasileiro. Mas, com as finanças públicas se deteriorando rapidamente, veio o viés negativo para a nota.

BOLSA

As ações da Petrobras caem após seis sessões seguidas de alta, mas a tendência ainda é de valorização dos papéis até a divulgação do balanço auditado da companhia, previsto para a próxima semana.

"A publicação do balanço diminui o risco de antecipação da dívida que a Petrobras não tem como pagar. Mas não muda o fundamento da empresa. Por outro lado, a estatal está indo a mercado e oferecendo uma série de ativos, o que ajuda a reforçar a percepção de que consegue gerar caixa sem precisar ir a mercado fazer uma emissão de ações", afirma Fabio Lemos, da São Paulo Investments.

Às 12h53, os papéis preferenciais da estatal, os mais negociados e sem direito a voto, caíam 3,82%, para R$ 12,82. No mesmo horário, os papéis ordinários, com direito a voto, tinham queda de 3,79%, para R$ 12,92, com os investidores aproveitando para vender papéis da petrolífera.

As ações da CSN lideram as altas do Ibovespa, após notícias indicando que a siderúrgica estaria cogitando se desfazer de sua fatia na Usiminas. Às 12h54, os papéis subiam 4,57%.



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