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Consumidor evita dívidas e compra à vista

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

Mais cautelosos em relação às condições econômicas e com menos renda disponível devido ao "tarifaço", os consumidores abriram mão de novas dívidas neste início de ano e estão preferindo comprar à vista. É o que mostra o Perfil Econômico do Consumidor, pesquisa nacional da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) em parceria com o instituto Ipsos, divulgada com exclusividade ao Valor.

Em janeiro, a fatia de famílias com algum tipo de financiamento ficou em 33,3%, menor nível para o mês desde o início do levantamento, em 2007. Esse percentual era de 45,3% em igual período de 2014. Na comparação anual, a parcela de consumidores com sobra no orçamento depois de todas as despesas pagas diminuiu de 28,4% para 24,5%, enquanto o percentual daqueles com renda mensal equilibrada ­ sem excedentes, nem faltas ­ aumentou consideravelmente, de 46,6% para 55,2%.

Já a participação das famílias com renda insuficiente para sanar todos os gastos recuou, de 24,1% para 20,3%. Segundo João Gomes, superintendente de economia da Fecomércio RJ, as expectativas mais adversas e a queda do contingente de consumidores com folga no orçamento explicam a menor fatia de famílias endividadas. "Temos uma redução da renda disponível, puxada pelo aumento dos preços administrados.

A inflação mais elevada é um termômetro disso", diz Gomes, para quem o consumo de bens com maior valor agregado tende a sofrer mais no cenário atual.

Em janeiro, 17,6% dos consultados na sondagem pretendiam comprar algum bem durável nos três meses seguintes, 0,3 ponto percentual a menos do que o registrado no mesmo mês de 2014. A composição dos produtos mais procurados dentro desse grupo, no entanto, mudou mais significativamente. Entre janeiro do ano passado e o primeiro mês deste ano, a fatia daqueles que devem comprar um celular deu um salto de mais de oito pontos, para 14,8%. Na contramão, a proporção de consumidores que deve comprar carro caiu de 16,6% para 9,2%.

"Num cenário em que o consumidor está mais seletivo, recua a procura por itens contemplados com incentivos do governo nos últimos anos, enquanto produtos essenciais do dia a dia e eletrônicos ganham peso relativo", observa o superintendente. Entre os consumidores com algum tipo de dívida, o veículo não figura mais entre os principais produtos parcelados: são eles artigos de vestuário (30,6%), eletrodomésticos (21,4%), eletrônicos (17,9%) e refinanciamento de dívidas (13,9%).



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