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Apex vai reduzir participação em parcerias com entidades setoriais

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex­Brasil) vai reduzir sua participação nos contratos de apoio a projetos de exportação e investimentos assinados com entidades setoriais. Antes esses contratos contavam com 85% de recursos da Apex com contrapartida de 15% das entidades de classe. Os contratos assinados a partir de agora terão 70% de participação da Apex com 30% das entidades.

Os contratos compõem os projetos setoriais, para os quais são direcionados cerca de 70% do orçamento da agência, previsto para este ano em R$ 534 milhões. Os contratos também passarão a ser avaliados trimestralmente por meio de indicadores que medirão o cumprimento de metas.

O presidente da Apex­Brasil, David Barioni, diz que a ideia é otimizar os recursos existentes. "Há alguns setores que estão mais maduros e não necessitam mais de um acompanhamento tão de perto da agência. Queremos alargar os setores atendidos e atuar mais intensamente neles." Atualmente os contratos são assinados com cerca de 80 entidades.

Segundo Barioni, os contratos já assinados serão mantidos e cumpridos. A nova proporção para financiamento da Apex e contrapartida da entidade será aplicada nas novas parcerias. "E essa nova proporção é o que será considerado como preferencial. O 70% contra 30% não é uma regra imutável, não está escrito em pedra." O presidente explica que a medida permitirá à agência atender mais gente com o mesmo volume de recursos.

A mudança, diz Barioni, não vem isolada, mas dentro de uma reestruturação feita na agência, que envolveu redefinição de funções, cortes de cargos e mudanças de estratégia para contribuir na elevação da exportação. Ele destaca que a agência tem uma ampla base de dados capaz de detectar mercados internacionais em potencial para determinados produtos e condições de comercialização. "Não vamos mais esperar que os setores venham até nós. Nós vamos ao encontro dos setores. A ordem dentro da agência é gastar a sola do sapato", diz Barioni.

Para ele, é preciso aproveitar o momento atual de real mais desvalorizado ante o dólar. "Claro que os programas de médio e longo prazos são importantes. Mas nós queremos projetos para amanhã, para aproveitar o dólar mais favorável. Agora é o momento da exportação", diz.

Entre os setores há mais tempo contemplados por parcerias com a Apex estão os segmentos têxtil, de calçados, joias e gemas, máquinas e cerâmica, entre outros. Já entre os setores em que a Apex pode passar a atuar mais intensamente estão games, softwares, moda, vinho e equipamentos médicos, diz Ricardo Santana, diretor de negócios da Apex.

Entre os indicadores para analisar o andamento dos contratos, diz Santana, vamos verificar o aumento do valor exportado, a desconcentração de destinos, crescimento de novos exportadores, participação contínua das empresas nos embarques. A ideia, diz ele, é que os indicadores sejam acompanhados trimestral ou quadrimestralmente. Santana salienta que as métricas serão diferenciadas por setor, respeitando o ciclo econômico de produção e a estrutura de cada segmento. Caso o acompanhamento mostre que as metas não foram atingidas, diz Santana, deverá ser feito um diagnóstico para avaliar cada caso



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