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Dólar sobe e fecha em R$ 3,22 com estagnação do PIB brasileiro em 2014

Veículo: Folha de S. Paulo

Seção: Economia

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (27) e chegou a R$ 3,24 após a divulgação de que a economia brasileira ficou estagnada em 2014, com ligeira expansão de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto).

O resultado reforça a expectativa de analistas de que haja retração do PIB em 2015.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,64%, para R$ 3,225. Na semana, o dólar subiu 0,21%, mas no ano a alta é de 21,8%.

O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve alta de 1,56%, para R$ 3,241. Na semana, a moeda subiu 0,34%, e em 2015 a alta é de 21,8%.

A Bolsa brasileira caiu pelo segundo dia seguido. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, teve baixa de 0,96%, para 50.094 pontos. Na semana, a Bolsa teve queda de 3,60%, e no ano há leve alta de 0,17%.

PIB

No Brasil, o crescimento de 0,1% do PIB em 2014 veio de acordo com projeções de economistas, que iam desde alta de 0,2% até retração de 0,1%, segundo estimativas da agência internacional Bloomberg.

Foi o resultado mais fraco desde a retração de 0,2% registrada em 2009, em meio à crise global.

"O país caminha para uma recessão neste ano, já que o crescimento do consumo das famílias deve desacelerar por causa da inflação alta, da política fiscal mais austera e dos juros mais altos", diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

"Vemos uma nova queda dos investimentos neste ano, enquanto o setor de serviços deve perder força. A indústria deve continuar recuando, com e impacto negativo para o PIB", afirma.

EUA

Já o resultado do PIB americano -a terceira e última medição realizada- evidenciou que a recuperação da economia do país se dá de forma mais lenta do que se previa.

O crescimento foi de 2,2% entre outubro e dezembro de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, mesmo resultado mostrado na leitura anterior. A elevação foi bem menor que a registrada no terceiro trimestre, quando o crescimento foi de 5,0%.

"O indicador mostra que o crescimento nos Estados Unidos não está firme para que se possa estipular uma data para começar a subir os juros no país", avalia Fabiano Rufato, gerente sênior da mesa de câmbio da corretora Western Union.

A manutenção dos juros dos EUA em nível baixo por mais tempo -hoje estão praticamente zerados- contribui para a permanência de investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil, que oferecem taxas de remuneração maiores.

A perspectiva de mais entrada de dólares no Brasil tende a empurrar os preços da moeda americana para baixo.

BOLSA

As ações da Vale fecharam em baixa pelo segundo dia, afetadas pela queda do preço do minério de ferro. Os papéis preferenciais da mineradora tiveram queda de 2,74%, para R$ 15,97. As ações ordinárias registraram queda de 3,01%, para R$ 18,35.

As ações da Petrobras fecharam em direções opostas. A estatal não estimou uma data para divulgação de seu balanço auditado.

Na quinta-feira, o economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES,assumiu a presidência do conselho de administração da Petrobras, até a próxima assembleia geral de acionistas, que está marcada para o dia 29 de abril.

Os papéis preferenciais da petrolífera -mais negociados e sem direito a voto- subiram 0,32%, para R$ 9,38. As ações ordinárias -com direito a voto- caíram 0,11%, para R$ 9,22.

As ações da Gerdau despencaram 9,14% após a empresa anunciar que vai propor em assembleia de acionistas a saída no grau 1 de governança corporativa da Bolsa. "A ideia é que a empresa migre para grau de transparência menor, e os investidores penalizaram a empresa pela decisão", afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico.

As ações de bancos também pesaram no dia. Os papéis do Itaú Unibanco caíram 1,74%, para R$ 33,85. E as ações do Bradesco registraram baixa de 2,78%, para R$ 28,60.



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