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Brasileiras perderam espaço para competidoras globais

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

A realização da Copa do Mundo da Fifa no Brasil movimentou o comércio de artigos esportivos, mas o impulso no consumo não foi suficiente para favorecer as indústrias nacionais. De acordo com o Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a produção de vestuário esportivo caiu 1,4% em 2014, para 732,7 milhões de peças, e a produção de calçados caiu 2,2%, para 74,8 milhões de pares.

Já o consumo de calçados esportivos cresceu 1,3% no ano, para 85,9 milhões de pares, e o de moda recuou 0,3%, para 770,6 milhões de peças. As importações de moda esportiva cresceram 25,3% em volume, para 39,4 milhões de peças, e as de calçados aumentaram 32,2%, para 12 milhões de pares.

As marcas internacionais que patrocinaram seleções tiveram melhores resultados em 2014 do que fabricantes nacionais. A Nike, por exemplo, divulgou que fechou o ano fiscal de 2014 (encerrado em 31 de maio) com crescimento global de vendas de 21%, para US$ 2,3 bilhões. No primeiro semestre do ano fiscal 2015, concluído em 30 de novembro, as vendas cresceram 15%, para US$ 15,4 bilhões. O lucro no período aumentou 23%, para US$ 1,62 bilhão. Esse resultado foi associado em parte à Copa.

A Adidas, patrocinadora da Fifa e de nove seleções, fechou 2014 com alta de 2,3% na receita global, para € 14,53 bilhões (US$ 15,3 bilhões). O lucro caiu 37,6%, para € 490 milhões, com gastos mais altos de publicidade. No ano, a Adidas vendeu € 2 bilhões em itens relacionados ao futebol.

As companhias internacionais não abrem dados sobre Brasil. Mas as fabricantes nacionais informaram que sofreram mais com a concorrência em 2014. A Alpargatas, que trabalha com as marcas Mizuno, Topper e Rainha, relatou queda de 6,8% nas vendas de artigos esportivos em 2014, para 10,2 milhões de pares. Márcio Utsch, presidente da Alpargatas, disse que o fechamento de lojas durante a Copa atrapalhou a empresa. Além disso, as rivais internacionais reduziram muito os preços durante a Copa, dificultando as vendas das marcas nacionais Topper e Rainha.

A Cambuci, dona da marca Penalty, ainda não divulgou os resultados do ano de 2014. De janeiro a setembro, a empresa teve queda de 9,7% na receita líquida ante o mesmo período de 2013, totalizando R$ 212,3 milhões. O lucro líquido no período foi de R$ 20,3 milhões, ante R$ 1 milhão no período anterior. A queda foi associada à redução nas vendas de itens licenciados de clubes, no período em que os campeonatos regionais foram paralisados em função da Copa.



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