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Corrupção, e não impeachment, é motivo de protesto, diz pesquisa

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

A proposta de impeachment não é o principal motivo que pode levar os brasileiros para a rua no próximo domingo. Pesquisa realizada pelo instituto Ipsos em São Paulo, Recife e Porto Alegre aponta que a corrupção e, principalmente, uma descrença na capacidade do governo de lidar com o atual cenário econômico entre os fatores de maior atenção da população. Dos entrevistados, 49% conhecem e apoiam as manifestações e 24% mostraram disposição em participar. O estudo aponta ainda que 84% não acreditam na afirmação de que o governo está fazendo os ajustes necessários para a economia.

O instituto de pesquisa também avaliou a popularidade da presidente Dilma a partir dos resultados recentes do tracking mensal (monitoramento), o #Pulso Brasil, que faz com 800 pessoas em todo o país. Constatou que Dilma Rousseff está com a pior avaliação de um presidente da República desde que o monitoramento começou a ser feito, há dez anos. Ela tem 54% de ruim e péssimo ­ avaliação mais negativa do que a verificada às vésperas das manifestações de junho de 2013 e quase duas vezes pior que os 28% de ruim/péssimo verificados durante as eleições de outubro.

Mesmo no Nordeste, onde a presidente venceu em outubro com folga o candidato de oposição, a avaliação de Dilma piorou. O ótimo/bom caiu de 46%, no fim de outubro, para 32%, em fevereiro. Em todo o Brasil, o ótimo/bom está agora em 18%.

Na pesquisa específica nas três capitais sobre as manifestações, chama atenção o impacto do pronunciamento em cadeia nacional realizado no último sábado e o panelaço provocado por ele. Um terço dos entrevistados declarou ter encontrado mais motivos para se manifestar após o discurso da presidente. Em dois dias, subiu de 70% para 82% o número de pessoas informadas sobre as manifestações.

A corrupção justifica a participação para 67% dos entrevistados, enquanto 52% questionam a inflação crescente. Saúde, insegurança, educação e transportes estão no cardápio dos insatisfeitos, segundo a pesquisa.

Na avaliação dos temas econômicos colocados pela presidente no discurso de sábado passado, 81% dos entrevistados não acredita que o aumento de preços seja temporário, 73% não concordam que a crise econômica atual decorre da crise mundial e 72% temem demissões em massa.



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