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Convergência da inflação para centro da meta em 2016 sai de moda

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

O fortalecimento do dólar frente ao real, a consistência da inflação corrente e das projeções para o IPCA deste ano são razões suficientes para que o Comitê de Política Monetária (Copom) elimine da ata que será divulgada nesta manhã – referente à reunião encerrada em 4 de março ­­ a menção de convergência do indicador para 4,50%, centro da meta, em 2016, feita na documento do primeiro encontro do comitê neste ano ainda que fazendo um alerta considerado para lá de ‘dovish’ ou mais tolerante com a inflação. “O Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido. Para o comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – ainda não se mostram suficientes”, esclareceu a ata da reunião de janeiro. Neste mesmo documento, o comando do Banco Central (BC) suprimiu a expressão “especialmente vigilante” e o alerta de que o BC “irá fazer o que for necessário” para fazer a inflação recuar ao longo de 2015 e chegar ao centro da meta em 2016.

Economistas do mercado financeiro consideram a perspectiva de convergência da inflação para a meta. Não exatamente para o centro da meta em 2016. A aterrissagem mais segura do IPCA, veem os economistas, deve ocorrer em 2017. E a fragilidade da atividade econômica é uma das razões para essa aposta. Soma­se aqui a percepção de que o governo conseguirá apertar a política fiscal.

Luiz Fernando Figueiredo, ex­diretor de Política Monetária do BC e sócio da Mauá Sekular Investimentos, em entrevista a Claudia Safatle e Alex Ribeiro, publicada no Valor desta quinta-feira, defende a adoção de uma meta de inflação ajustada aos efeitos da alta das tarifas públicas e da desvalorização cambial e criar uma trajetória de queda de preços de agora até 2017.

Para evitar que as pressões inflacionárias decorrentes do conserto das políticas do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff contaminem os demais preços da economia, "o Banco Central tem que mostrar que está firme e que vai combater os efeitos secundários", afirma o ex-BC. 



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