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Prévia da inflação oficial aponta alta de 1,33% em fevereiro, a maior para o mês desde 2003

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

Os preços administrados, como contas de luz e passagens de ônibus, ajudaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor ­ 15 (IPCA­15) a marcar a maior alta (1,33%) para o mês desde 2003, quando avançou 2,19%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a prévia da inflação acumulou 7,36%.

A tarifa de energia elétrica subiu 7,7% e foi o maior impacto individual no IPCA­15 de fevereiro, com 0,23 ponto percentual. Tarifas de ônibus urbano (7,34%) e intermunicipais (3,61%), gasolina (2,96%) e diesel (2,54%) também pressionaram o indicador. Por outro lado, a alta dos alimentos desacelerou para 0,85%.

Para o banco de investimentos Besi Brasil, a inflação vai desacelerar um pouco mais até o fim de fevereiro, quando o IPCA deverá marcar alta de 1,1%, à medida que forem atenuados os efeitos dos reajustes de energia. "Mas o aumento da gasolina, que está na faixa de 3%, deve subir até 8%, e a variação do grupo educação deve continuar na casa dos 6%", afirmou o economista­sênior do banco, Flávio Serrano.

Segundo Serrano, a inflação seguirá acima de 7% ao longo de 2015. Apenas em fevereiro de 2016, diz, o IPCA deve voltar ao teto do intervalo da meta, de 6,5%, quando os efeitos dos reajustes do início deste ano saírem da conta.

Para 2015, a projeção do Besi é que o IPCA feche em 7,3%, carregado principalmente pela energia elétrica, cujo aumento pode chegar a 40% ou 50% até o fim do ano, por causa de novos reajustes e revisões programados para 2015.

Essa é também a avaliação do economista­chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "Abaixo do teto, só no primeiro trimestre do ano que vem. Nossa estimativa, por enquanto, é de IPCA acumulado em 6,4% em 12 meses até março [do próximo ano]", disse. Além da saída de cena da alta dos administrados, vê a inflação de serviços menos pressionada.

Em 2015, o IPCA deve fechar com alta de 7,5% na contas do economista do Fator. "A pressão dos administrados é muito alta e o fato é que o efeito da atividade fraca aparece muito pouco. Todos os preços que têm a ver com ela continuam altos", disse Gonçalves.

A média dos núcleos, medida que calcula a inflação desconsiderando itens com variações muito fortes e que podem distorcer o resultado, acumula 6,72% em 12 meses. "É um percentual abaixo do IPCA atual, mas acima do teto da meta", afirma o economista



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