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Juros fecham em queda após discurso de Levy e alívio no câmbio

Veículo: Valor Econômico

Seção: Economia

As taxas de juros futuros viraram e encerraram em queda nesta segunda­feira, influenciadas por uma realização de lucros possibilitada por declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pelo alívio da aversão a risco no cenário externo, que contribuiu para a queda das taxas dos Treasuries. O alívio no câmbio abriu espaço para uma forte reversão no mercado de DI, com as taxas longas em especial passando a operar em forte queda.

O DI para janeiro de 2016 caiu para 13,23% (ante 13,25% do pregão anterior). Já o DI para janeiro de 2021 recuou para 12,69%, ante 12,83% do fechamento anterior.

De acordo com o economista sênior do Besi Brasil Flavio Serrano, o comentário de Levy, em evento em São Paulo, sobre a tendência declinante das taxas de juros mostra que o ministro está confiante no impacto positivo do ajuste fiscal sobre a curva longa de juros. “O Banco Central se mostra vigilante e a política fiscal joga a favor, é mais favor ável a descompressão da inflação, mesmo que algumas medidas de ajuste resultem em aumento de preços”, afirmou Levy.

"As declarações refletem uma ideia de menos risco macroeconômico mais à frente. Por isso os juros, especialmente a partir de janeiro de 2017, tiveram alívio”, diz o economista do Besi, atribuindo o movimento nos DIs e a perda de fôlego do dólar também a uma realização de lucros.

Levy afirmou também que a política anticíclica dos últimos anos não teve resultados muito significa tivos em termos de crescimento e geração de empregos. Por isso, explicou o ministro, aportes adicionais do Tesouro Nacional ao BNDES e concessões de benefícios fiscais não são mais instrumentos de política econômica. Levy destacou o elevado custo dos benefícios fiscais, de R$ 100 bilhões.

O alívio na aversão a risco no cenário externo, após o dado mais fraco que o esperado do mercado imobiliário nos Estados Unidos, também contribuiu para a queda das taxas de juros com vencimentos mais longos no mercado local, que acompanharam o recuo dos yields dos Treasuries no exterior.

As vendas de imóveis residenciais usados caíram 4,9% em janeiro ante dezembro, contra uma previsão do mercado de um recuo de 1,2%. Já o índice de atividade industrial do Federal Reserve de Dallas caiu 11,2 em feverei ro, com as novas encomendas para indústria registrando a maior contração desde junho de 2009.

Investidores aguardam a apresentação das propostas de reformas pela Grécia. O governo grego afirmou nesta segunda que apresentará as propostas de ajuste ao Eurogrupo (que reúne os ministros de Finanças da zona do euro) amanhã.

No mercado interno, os investidores já se posicionam para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quecomeça na quarta­feira que vem. O mercado de juros já reflete uma alta de 0,5 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião. Nesta segunda, a projeção dos analistas para a inflação divulgada no Boletim Focus passou de 7,27% para 7,33% para o fim de 2015. Amanhã será divulgado o IPCA­15.



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